Traição e insubordinação levam a uma reviravolta trágica nesta novela de Ronald Firbank
Capricho narra a história da srta. Sally Sinquieur, uma jovem que anseia seguir a carreira teatral, contrariando os planos de seu pai, o Cônego Sinquieur, que planeja para a filha uma função dentro da igreja.
Para realizar seu sonho, Sally recebe ajuda de uma artista mais experiente e foge para Londres com as relíquias da família, a fim de financiar sua ambição profissional. Numa tensão entre a profanação de símbolos religiosos e a insubordinação familiar, a protagonista cai num perigoso esquema tramado por pessoas que desejam roubá-la a todo custo.
Ronald Firbank, considerado por Edmund Wilson como ‘um dos melhores escritores ingleses de seu tempo’, era também um esteta e passou boa parte da vida viajando pela Europa e Oriente Médio. Frequentou círculos literários, sobretudo em Paris, onde se destacava por seus trajes extravagantes e bem cortados. Dono de modos singulares, sua excentricidade era pontuada por comentários invariavelmente oblíquos. ‘Exageradamente feminino, sofisticado, cosmopolita e 'elegante'’, diria dele um ex-colega de Cambridge.
عن المؤلف
O inglês Ronald Firbank (1886-1926) é o autor de nove romances curtos, produzidos no intervalo de pouco mais de uma década. Sua obra, apesar de cultuada por escritores e críticos literários da Europa e dos Estados Unidos, nunca havia sido editada no Brasil. Admirador da literatura francesa, sobretudo de autores como Charles Baudelaire e J. K. Huysmans, ou do belga Maurice Maeterlinck, e de nomes do decadentismo inglês como Oscar Wilde, Aubrey Beardsley e Ernest Dowson, Firbank era também um esteta, e passou boa parte da vida viajando pela Europa e Oriente Médio. Tendo vivido em um período no qual a homossexualidade era ilegal na Inglaterra, Firbank colocou em cena personagens que se relacionam com outros do mesmo gênero, explorando esse universo em seus textos. Tornou-se, assim, referência para estudos posteriores sobre literatura LGBT.