‚Todo rio sonha em ser mar, ter o perfume das maresias, salgar-se e nada mais.’Delicado e sensível, O rio nos encanta, envolve e convida à fantasia e à imaginação, como é característico na prosa poética de Bartolomeu Campos de Queirós. O autor sinaliza o sentido da vida por meio de metáforas que, neste livro, seguem o curso do rio. O texto desta obra é, a um só tempo, prosa e poesia de imagens. O leitor, ao se descobrir navegando nas águas de um rio que carrega cantigas açucaradas, onde a lua e as estrelas boiam à noite, vai se encantando com a conjunção das linguagens verbal e não verbal, redescobrindo o prazer estético das palavras.’À noite, lua e estrelas boiam em suas águas sem se molhar. E as nuvens passageiras viram almofadas de algodão sobre a cama de vidro – travesseiro mentiroso -, onde os peixes podem dormir e sonhar‘.Nesta edição, com ilustrações de Camila Carrossine, a experiência da leitura se amplia; e a obra ganha nova dimensão.
Über den Autor
Bartolomeu Campos de Queirós viveu sua infância em Papagaio, cidade pequena com gosto de ‚laranja-serra-d’água‘ no interior de Minas Gerais. Posteriormente, instalou-se em Belo Horizonte, onde residiu e trabalhou. Seu interesse pela literatura e pelo ensino de arte o fez viajar muito pelo Brasil.
Bartolomeu conheceu as cidades apreciando azulejos e casas pacientemente; um andarilho atento a cores, cheiros, sabores e sentidos que rodeiam as pessoas de um lugar. Com o mesmo encanto na alma, observava os rios da Amazônia, dos quais costumava sentir saudades quando estava em Minas. Só fazia o que gostava; não cumpria compromissos sociais e nem tarefas que não lhe pareciam substanciais. Dizia ter fôlego de gato, o que lhe permitiu nascer e morrer várias vezes.
‚Sou frágil o suficiente para uma palavra me machucar, como sou forte o suficiente para uma palavra me ressuscitar.‘
Em 1974, publicou seu primeiro livro, O Peixe e o Pássaro. Desde então, firmou seu estilo de escrita com uma prosa poética da mais alta qualidade. Ao longo da carreira, recebeu diversos prêmios, dentre os quais o Jabuti, uma das maiores condecorações literárias do país. Faleceu em janeiro de 2012, aos 67 anos, em decorrência de insuficiência renal, deixando sua obra como maior legado.
Pela Global Editora, Bartolomeu publicou os seguintes títulos: Cavaleiros das Sete Luas; Ciganos; Flora; Indez; Ler, Escrever e Fazer Conta de Cabeça; Para Criar Passarinho; Rosa dos Ventos e Vermelho Amargo.