A Relíquia conta a história de Teodorico Raposo, que busca beneficiar-se da herança de uma tia rica e beata. A tia impõe-lhe uma condição: ele deveria viajar à Palestina para provar sua fé e trazer de lá uma recordação. A ideia é que Teodorico vivencie uma experiência mítica, mas ele se envolve em outros prazeres. Um deles envolve uma inglesa chamada Mary, que lhe presenteia com a sua camisola… Com as malas prontas para voltar, lembra-se da promessa. Prepara, então, uma coroa com ramos, e a embrulha a relíquia. No meio do caminho, troca os pacotes e diante da tia e de membros do clérigo, Teodorico relata as penitências às quais se submeteu e abre o presente errado… A partir dai, ele inicia sua peregrinação pessoal, buscando meios de sobrevivência e iluminação
Über den Autor
É comum que se confunda a nacionalidade de Eça de Queirós, escritor nascido na Póvoa do Varzim, ao norte de Portugal, em 1845. José Maria de Almeida Teixeira de Queirós, seu pai, nasceu no Brasil, dois anos antes da Independência. Na idade adulta, ele encontraria D. Carolina Augusto Pereira de Eça e, dessa união, nasceria o autor. Eça estudou Direito na Universidade de Coimbra. Ao formar-se, seguiu escrevendo e viajando pela Europa e pelo Oriente Médio, até conseguir uma posição como cônsul nas Antilhas espanholas. O sucesso literário foi consolidado com a publicação de 3.000 cópias do romance O Primo Basílio. Casado com Emília de Castro e Pamplona, teve quatro filhos. Faleceu em 1900, em Paris.
Ele é o Proust da Língua portuguesa, afirmou o jornal The New York Times ao se referir a Eça de Queirós. Assim como o escritor francês, o mais importante romancista português do século XIX trabalha sua narrativa a partir da observação das vidas interior e exterior de seus personagens, sem perder do olhar crítico dos valores e costumes, da política e da religião. Com a obra A Relíquia, ele concorreu ao prêmio D. Luis da Academia Real de Ciências. Em 1887, época da publicação do livro, Eça já entendia que seu tempo era consumido pelas incertezas da inteligência e angustiado pelos tormentos do dinheiro. Como um verdadeiro clássico, ele continua atual.