Na crônica ‚Mefistófeles‘, presente no livro ‚Prosas bárbaras‘, Eça de Queiroz parte da ópera ‚Fausto‘, de Charles Gounod, inspirada na obra de Goethe, para refletir com ironia afiada sobre a figura do diabo. Em vez de tratá-lo como entidade distante ou puramente maligna, o autor o aproxima do cotidiano humano, revelando semelhanças perturbadoras como vaidade, astúcia, sedução e conveniência. O resultado é uma análise perspicaz e provocadora, que diz tanto sobre o personagem quanto sobre a própria natureza humana.
Über den Autor
José Maria de Eça de Queiroz nasceu em Póvoa de Varzim, Portugal, em 25 de novembro de 1845, e faleceu em Neuilly-sur-Seine, França, em 16 de agosto de 1900. Foi escritor e diplomata, tendo atuado em cargos consulares em Havana, Newcastle upon Tyne, Bristol e Paris. Autor de romances, contos, crônicas e cartas, destacou-se pela observação crítica da sociedade portuguesa do século XIX. Entre suas obras mais conhecidas estão ‚O Crime do Padre Amaro‘, ‚O Primo Basílio‘, ‚Os Maias‘ e a coletânea ‚Prosas bárbaras‘.