Após embarcar em missão para Chernobyl, Jean-Pierre Dupuy, cientista renomado convertido à filosofia, descobre o que está por trás deste nome tornado familiar. Lá, se depara com aquilo que ele denomina ‚a invisibilidade do mal‘ – a catástrofe não deixou para trás nada além de campos devastados, povoados arruinados, casas inabitadas. Sem traço de vida. A única residência é o sinistro ’sarcófago‘ – essa tumba que recobre o reator – e continua transmitindo suas radiações… De regresso a Paris, o autor é confrontado com a disparidade escandalosa entre o balanço oficial da catástrofe , confirmado por um relatório da ONU apresentado como definitivo, e aquilo que ele crê ter visto ou aprendido no lugar. O número de mortos em Chernobyl foram dez ou dez mil? Os bebês monstros são fato ou farsa? Face a estas contradições, Jean-Pierre Dupuy pesquisou acerca do universo mental da tecnocracia mundial. Ele mostra que todo o balanço de catástrofes deve sofrer intervenção de dimensões éticas e filosóficas que escapam aos especialistas. A questão do mal, atualmente, se coloca de uma maneira nova. Agora temos a temer tanto os arautos do bem quanto os do mal.
Über den Autor
Por vezes considerado um dos mais importantes intelectuais de nosso tempo, Dupuy é engenheiro e filósofo. Tem se dedicado ao estudo das ciências cognitivas, epistemologia, cibernética, ética, filosofia social, filosofia política e religião. Seus escritos articulam perspicazmente obras diferentes como as de René Girard, Ivan Illich, Hans Jonas, Claude Lefort, Adam Smith, Friedrich Hayek, John Rawls, Émile Durkheim e Henri Bergson. Em filosofia da ciência, investiga nanotecnologias, inteligência artificial, teoria do caos e teoria da complexidade. Integra a Academia de Tecnologias e a Academia Católica da França. É professor na Universidade de Stanford, EUA. Recebeu o prêmio Roger Caillois de ensaio em 2011. Já viveu no Brasil e participa com frequência de eventos culturais realizados aqui.