Considerado um dos melhores romances de Nelson Rodrigues, esta autobiografia fictícia traz à luz a vida de Suzana Flag, pseudônimo do autor e uma personagem misteriosa para os leitores. Edição com textos de apoio da roteirista Renata Corrêa e da professora Elen de Medeiros.
No início deste ‚romance triste de Suzana Flag‘, a autora-personagem conta sua história desde que, aos quinze anos, perdeu a mãe e o pai para o suicídio. Órfã e em meio ao luto, ficamos sabendo que ela é prometida pela avó em casamento a Jorge, um homem a quem detesta e culpa por sua tragédia familiar. A decisão é, como explica a avó, uma forma de conter a personalidade rebelde de Suzana, que, se não tolhida desde cedo, nunca se contentaria com um homem só, a exemplo da mãe.
Em sua recusa ao casamento prematuro, Suzana encontra o apoio de tio Aristeu, o ‚Gigante antediluviano‘ – um homem truculento, com arroubos de violência e apaixonado pela sobrinha postiça. Juntos, criam um plano que envolve prender toda a família dela. Porém, a jovem se vê acuada, ameaçada e em dúvida: deve escolher Jorge ou Aristeu como sua iniciação na vida amorosa? Tudo se complica ainda mais com o aparecimento de um terceiro interesse amoroso, Cláudio, amigo e funcionário de Aristeu.
Com quem Suzana escolherá ficar — ou será que conseguirá, afinal, seguir sozinha? Nessa trajetória dramática, o leitor descobrirá, com a folhetinista de maior sucesso do século XX, quem verdadeiramente é a mulher que ela se tornou.
Über den Autor
Nelson Rodrigues nasceu no Recife, em 1912, e ainda criança mudou-se com a família para o Rio de Janeiro. Lá, aos 13 anos, tornou-se repórter policial do jornal A Manhã, fundado por seu pai, Mário Rodrigues, e assim teve início sua longa carreira de jornalista, cronista, dramaturgo e escritor. Sua extensa produção literária, que inclui contos, crônicas e romances (alguns deles assinados sob o pseudônimo de Myrna ou de Suzana Flag), inspirou inúmeras adaptações cinematográficas e televisivas ao longo das últimas décadas, e suas peças são constantemente reencenadas, revelando a atemporalidade e a força do artista. Nelson morreu aos 68 anos, em 1980, no Rio de Janeiro.