No fim do ano de 1968, em Niterói, Cléa é presa em casa por militares da ditadura vigente. Estão à procura do seu marido, deputado em seu segundo mandato. Cléa tem dois filhos pequenos e está grávida de Ana.
A prisão, a tortura e o medo cindem a vida da família e instauram entre todos o silêncio.
Décadas depois, a história emerge em um diálogo entre mãe e filha, numa busca dolorosa pela verdade e pela possibilidade de reescrever um novo começo. Nascer de novo, como resposta a um momento histórico em que tudo parecia acabar.
‘Mãe e filha atentas à palavra, como se pela primeira vez se deixassem falar, dialogam sobre a mais dramática circunstância política, a ditadura e suas violências fartas. Assim se constrói a narrativa tensa e vívida de Ana Kiffer. Um breve romance saturado de história, saturado de dor de um país, dor escrita com tinta que não se apaga.’
Julián Fuks
Sobre el autor
ANA KIFFER é escritora e professora de Literatura na PUC-Rio. Seu primeiro romance, ‘O canto dela’ (2022), foi finalista do prêmio São Paulo de Literatura e semifinalista no prêmio Oceanos. Publicou os livros de poesia ‘A punhalada’ (2016), ‘Tiráspola e desaparecimentos’ (2017) e ‘Todo mar’ (2019). Organizou e traduziu diversos textos de Antonin Artaud, como ‘A perda de si: cartas’ (2017), ‘A nota fervorosa’ (2022) e ‘Meus desenhos não são desenhos’ (2023). Na Bazar do Tempo é autora de ‘Ódios políticos e política do ódio’ (2019), com Gabriel Giorgi, e coordenadora da coleção Édouard Glissant.