A filosofia na era trágica dos gregos (1873) constitui um dos comentários mais importantes da filosofia pré-socrática. Escrito póstumo e inacabado, Nietzsche defende nele a tese de que os pensadores anteriores a Platão foram os únicos que ousaram compreender a dimensão trágica das forças que regem a vida dos homens. Ao contrário da filosofia posterior, não reduziram metafisicamente a realidade à dimensão do certo e do errado. Se costumamos atribuir a Sócrates o início da filosofia, Nietzsche sugere aqui que talvez ela tenha justamente terminado com ele.
Sobre el autor
Friedrich Nietzsche (Röcken, 1844-Weimar, 1900), filósofo e filólogo alemão, foi crítico mordaz da cultura ocidental e um dos pensadores mais influentes da modernidade. Descendente de pastores protestantes, opta no entanto por seguir carreira acadêmica. Aos 25 anos, torna-se professor de letras clássicas na Universidade da Basileia, onde se aproxima do compositor Richard Wagner. Serve como enfermeiro voluntário na guerra franco-prussiana, mas contrai difteria, a qual prejudica a sua saúde definitivamente. Retorna a Basileia e passa a frequentar mais a casa de Wagner. Em 1879, devido a constantes recaídas, deixa a universidade e passa a receber uma renda anual. A partir daí assume uma vida errante, dedicando-se exclusivamente à reflexão e à redação de suas obras, dentre as quais se destacam: ‘O nascimento da tragédia’ (1872), ‘Assim falava Zaratustra’ (1883–1885), ‘Para além do bem e mal’ (1886), ‘A genealogia da moral’ (1887) e ‘O anticristo’ (1895). Em 1889, apresenta os primeiros sintomas de problemas mentais, provavelmente decorrentes de sífilis. Falece em 1900.