Dramaturgo e poeta português, Gil Vicente é considerado o criador do teatro em Portugal e sua obra mais conhecida é Os Autos das Barcas, que é constituída por três peças: Auto da Barca do Inferno (1527), Auto da Barca do Purgatório (1518) e do auto da barca da Glória (1519).
As peças possuem estrutura e assunto semelhantes, depois da morte as almas abandonam os corpos e chegam a um rio, onde se encontram dois barcos. Um deles tem como destino o Paraíso, e tem como comandante um Anjo; a outra barca dirige-se para o Inferno e para o Purgatório, e é liderada pelo Diabo. Na obra, as personagens dialogam com o Anjo e com o Diabo até ser dado a conhecer o seu destino: o Inferno, o Purgatório ou o Céu. A intenção de criticar a sua sociedade é nítida, principalmente nas duas primeiras Barcas. Os Autos das Barcas são uma fotografia crítica da sociedade do século XVI.
Sobre el autor
Dramaturgo e poeta, Gil Vicente nasceu provavelmente em Guimarães (Portugal), em 1465. Dados seguros sobre sua biografia, porém, não são conhecidos. Sabe-se que desde o início do século XVI vivia na corte, em Lisboa, onde organizava festas e comemorações. Como poeta lírico, encontra-se representado no Cancioneiro Geral de Garcia de Resende.
É considerado o criador do teatro em Portugal. Como dramaturgo, produziu 44 peças, de inúmeros temas. Nelas, é marcante o caráter crítico e satírico, de sentido moralizante. A circulação de sua obra se fazia, em parte, por meio de folhetos impressos e em literatura de cordel. No entanto, alguns dos títulos do escritor foram proibidos ou expurgados pela censura inquisitorial. Sete deles foram incluídos em 1551 no Índex (lista de livros cuja leitura era proibida pela Igreja Católica). A primeira reunião completa de suas criações, a Compilação de Todas as Obras de Gil Vicente, foi organizada sob responsabilidade do filho, Luís Vicente, em 1562. O escritor morreu entre 1536 e 1540.