‘BEL-AMI’ é um romance realista escrito por Guy de Maupassant publicado em 1885 sob a forma de folhetim na revista literária ‘Gil Blas’. O romance explora a sociedade e as atitudes em relação à riqueza, ao poder e ao oportunismo, retratando a ascensão social de Georges Duroy, homem ambicioso e sedutor, além de arrivista e oportunista, lançado ao topo sociedade parisiense, graças à ajuda de suas amantes e do conluio entre a imprensa, as finanças e a política. Maupassant descreve as ligações existentes entre o capitalismo, a política e a imprensa, além da influência feminina, privadas da vida pública da época. A obra se apresenta como uma pequena monografia da imprensa parisiense, onde Maupassant retrata implicitamente a sua própria experiência como jornalista. Assim a ascensão de Georges Duroy, ou ‘BEL-AMI’, pode ser comparada à própria ascensão de Maupassant. De fato, ‘BEL-AMI’ é a descrição perfeita e inversa da vida de Guy de Maupassant, onde Georges Duroy representa o contrário do autor, conforme pode ser visto ao longo do romance. Através do personagem, o autor nos faz descobrir o mundo do jornalismo e da alta sociedade, sob a ótica dos escândalos políticos e financeiros. O romance, recheado de cenas sensuais, descreve Paris em detalhes: Ao longo do romance, Duroy frequenta locais famosos na cidade, como o cabaré Folies Bergère e o Bois de Boulogne, além das regiões campesinas em torno da capital francesa, e certas cenas se passam nas igrejas de Paris, como na Igreja da Trindade e na Igreja de Santa Madalena. Georges Duroy explora as fraquezas das pessoas que o cercam em proveito próprio dentro de um processo pessoal de manipulação: Ele utiliza o sexo como uma arma para conseguir das amantes o que deseja, uma vez que Cada mulher que ele seduz serve para um propósito específico, seja profissional, financeiro ou até mesmo político.
Sobre el autor
Henry René Albert Guy de Maupassant (5 de agosto de 1850 – 6 de julho de 1893) foi um escritor, cronista, dramaturgo e poeta francês com predileção para situações psicológicas e de crítica social com temática naturalista, contemporâneo de Gustave Flaubert, Émile Zola e Ivan Turgenev. Maupassant destacou-se também pelos seus contos de terror, gênero no qual é reconhecido como sendo um dos grandes mestres do século 19, ao lado de Edgar Allan Poe. Nesses contos, narrados com um estilo ágil e nervoso, repleto de exclamações e símbolos de interrogações, encontram-se as preocupações do escritor com a obsessiva presença da morte e do sobrenatural. Porém, é em seus romances que Guy de Maupassant concentra todas as suas observações dispersas em seus contos. Seu segundo romance, ‘Bel-Ami’, lançado em 1885, atinge 37 tiragens em apenas quatro meses. A repercussão da história tornou Maupassant um dos maiores intelectuais de sua época, levando-o a declarar, de modo satírico, que ‘Bel-Ami foi eu!’. Suas obras são marcadas por um estilo próprio, descritivo, naturalista e realista. Sua aversão natural à sociedade, aliada à sua saúde frágil, é retratada por meio da solidão e da meditação. Suas longas viagens à Argélia, Itália, Inglaterra e às regiões da Córsega, da Bretanha e da Sicília, produzem relatos de viagens esplendorosos, realizados sobretudo a bordo do seu iate particular, o ‘Bel-Ami’, a partir de 1885. Seu sucesso alcançado abriu as portas do mundo literário francês, permitindo que este convivesse com as grandes celebridades de seus tempo, como os escritores Alexandre Dumas Filho e Zola e o filósofo Hippolyte Adolphe Taine.