Traduzido para diversos idiomas e celebrado por intelectuais como Camille Paglia e Kenneth Minogue, este volume – originalmente integrante da coleção Modern Masters, editada por Frank Kermode – faz uma bem-informada avaliação crítica tanto da figura como da obra completa de Michel Foucault, um dos mais prestigiados pensadores franceses recentes. José Guilherme Merquior examina cada um de seus livros e denuncia a inexatidão com que os dados históricos são tratados na maioria deles; ao mesmo tempo, se esforça por compreender o projeto foucauldiano, identificando seus pontos altos e reconhecendo sua pertinência. Ao fim, a imagem de um retórico melancolicamente desencantado com a ciência e com a razão é o que emerge de Foucault – Ou o niilismo de cátedra. Esta edição inclui a entrevista que Foucault concedeu a Merquior e a Sergio Paulo Rouanet, além de prefácio e posfácios de estudiosos da obra merquiorana e fac-símiles do Arquivo José Guilherme Merquior / É Realizações Editora.
Sobre el autor
Foi sociólogo, crítico literário e diplomata. Doutor em letras pela Sorbonne e em sociologia pela London School of Economics, também estudou antropologia com Claude Lévi-Strauss e graduou-se em filosofia e em direito. Foi um dos mais expressivos intelectuais públicos do Brasil durante as décadas de 1970 e 1980. Falecido precocemente aos 49 anos de idade, produziu ainda assim uma obra volumosa, composta por mais de vinte títulos. Escreveu extensivamente em português, inglês, francês e espanhol. Organizou com Manuel Bandeira a antologia Poesia do Brasil, integrou o corpo editorial de prestigiadas revistas acadêmicas – como Government and Opposition e Critical Review – e colaborou com veículos de imprensa como O Globo, Folha de S.Paulo e Jornal do Brasil. No exercício da diplomacia, trabalhou na Unesco (Paris), além de em Bonn (Alemanha), Londres, Cidade do México e Montevidéu. Teve entre seus amigos e interlocutores figuras de relevo, como Raymond Aron, Isaiah Berlin, Carlos Drummond de Andrade e João Cabral de Melo Neto. Notabilizou-se como um defensor do liberalismo econômico, ao mesmo tempo que se definia como ‘anarquista em cultura e social-democrata em política’. É imortal da Academia Brasileira de Letras. Entre as notáveis homenagens póstumas que recebeu estão a coletânea editada por Ernest Gellner, seu antigo mestre e amigo, Liberalism in Modern Times – Essays in honour of José G. Merquior (Central European University Press, 1996) e o depoimento de Lévi-Strauss: ‘Eu admirava em Merquior um dos espíritos mais vivos e mais bem informados de nosso tempo’.