Grande Prêmio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores 2022
Prêmio Transfuge de Melhor Livro Lusófono 2023
Prêmio de Novela e Romance Urbano Tavares Rodrigues 2023
Prêmio Eduardo Lourenço 2023
Prêmio PEN Clube Português de Narrativa 2023
Prêmio Literário Fernando Namora 2023
Prêmio Médicis Étranger 2023
Um hino à empatia e ao que nos faz humanos, um relato a um só tempo doce, brutal, irônico e amável sobre a vida que se vive até o fim. Inesquecível.
Residente de um lar para idosos, uma mulher registra, em um pequeno gravador de voz, o diário de seu último ano de vida. Sua filha, autora deste romance, transcreve essa memória, atribuindo-lhe força literária na forma de um condensado de incrível vitalidade, ironia, revolta e fé na vida.
A história se passa no Hotel Paraíso, e a conhecemos por meio do olhar de Maria Alberta Nunes Amado, a dona Alberti, figura extraordinária, de complexidade notável, que narra os principais acontecimentos do local: as visitas, quem chega para ficar, quem parte (e quem tenta fugir), a convivência com as amigas mais próximas, com outros moradores e cuidadores – tudo permeado por sua curiosidade inesgotável, por sua pulsão de vida e pela força de sua mente, na contramão do corpo que, às vezes, insiste em fraquejar.
Acompanham Maria Alberta personagens que desfazem qualquer ideia maniqueísta que se possa ter sobre lares como esse e seus habitantes, pessoas demasiado humanas em suas contradições, vivências, medos e anseios, gente que, mesmo com pouco futuro pela frente, ainda sonha.
Imersos no Hotel Paraíso, somos impelidos a refletir sobre a condição humana em tempos incertos, sobre a velhice, os momentos fugazes da velhice e seus becos sem saída. Misericórdia é, entre tantas outras coisas, um diálogo entre a força e a fragilidade, o que se vive e o que se escreve, o que se sabe e o que se intui.
Sobre el autor
Lídia Jorge nasceu em 1946, em Boliqueime, no Algarve, Portugal. Em 1970, partiu para a África (Angola e Moçambique), onde viveu os mais conturbados anos da guerra colonial. No regresso a Lisboa, dedicou-se à escrita e, em 1980, publicou o seu primeiro romance, O dia dos prodígios, um dos livros mais emblemáticos da literatura portuguesa pós-revolução. Desde então, sua vasta obra composta por romances, contos, ensaios, acumulou reconhecimentos, prêmios e está amplamente traduzida. Lídia Jorge é uma das principais vozes da literatura contemporânea portuguesa.