‘Os Lusíadas’, grande poema épico de Luís Vaz de Camões, foi publicado em 1572, durante o Renascimento em Portugal. A ‘Eneida’, de Virgílio, que narra a fundação de Roma e outros feitos heroicos de Eneias, e a ‘Odisseia’, de Homero, que narra as aventuras de Ulisses em sua viagem de retorno à Ítaca, foram certamente as maiores influências de Camões. Em dez cantos, subdivididos em estrofes de oitavas rimas, ‘Os Lusíadas’ trata das viagens dos portugueses por ‘mares nunca dantes navegados’. O tema do poema de Camões é composto de cinco partes: Proposição, Invocação, Dedicatória, Narração e Epílogo. Na Proposição, o autor nos apresenta o tema de seu poema: a viagem de Vasco da Gama às Índias e as glórias do povo português, comandado por seus reis, que espalharam a fé cristã pelo mundo. A segunda parte – Invocação – consiste na invocação das musas do rio Tejo, as Tágides, mais uma indicação de que Camões retirou o seu modelo da cultura greco-latina. Na Dedicatória, o poeta, após inúmeros elogios, dedica a obra ao rei Dom Sebastião, a quem confia a continuação das glórias e conquistas de Portugal que serão narradas em seguida. Na Narração, o poema propriamente se desenvolve e onde é contada a navegação de Vasco da Gama às Índias e as glórias da história heroica de Portugal. O Epílogo consiste de um lamento do poeta, que, ao deparar-se com a dura realidade do reino português, já não consegue deslumbrar novas glórias e conquistas no futuro de seu povo e ressente-se de que a sua ‘voz enrouquecida’ não seja escutada com mais atenção.
Sobre el autor
Luís Vaz de Camões (1524-1580), poeta nacional de Portugal, considerado uma das maiores figuras da literatura lusófona e um dos grandes poetas da literatura ocidental. Pouco sabe-se ao certo sobre sua vida, tendo nascido em Lisboa de uma família de pequena nobreza e recebido sólida educação nos moldes clássicos. Frequentou a corte de Dom João III como cortesão e após o término de um amor frustrado, alistou-se como militar, aonde vem a perder um dos olhos em uma batalha em África. Ao retornar a Portugal, feriu um servo do Paço, foi preso e partiu para o Oriente. Lá, enfrentou uma série de adversidades, combateu ao lado das forças portuguesas e escreveu a sua obra mais conhecida, a epopeia nacionalista ‘Os Lusíadas’. De volta à pátria, publicou a sua obra e recebeu uma pequena pensão do rei Dom Sebastião pelos serviços prestados à Coroa, mas em seus anos finais parece ter enfrentado dificuldades financeiras. Após a sua morte a sua obra lírica foi reunida em coletânea e começou a ser reconhecida como valiosa e de alto padrão estético por vários nomes importantes da literatura europeia, ganhando prestígio sempre crescente entre o público e os conhecedores e influenciando gerações de poetas em vários países. Camões foi um renovador da língua portuguesa e fixou-lhe um duradouro cânone; tornou-se um dos mais fortes símbolos de identidade da pátria e é referência para toda a comunidade lusófona internacional. É considerado um dos grandes vultos literários da tradição ocidental, sendo traduzido para várias línguas e tornando-se objeto de uma vasta quantidade de estudos críticos.