Uma análise esclarecedora do movimento anarquista brasileiro. Desafiando a tradição de uma história do movimento operário escrita por intelectuais e lideranças ligadas ao Partido Comunista, Margareth Rago traz à cena a militância anarquista, que até então havia sido desqualificada, atirada para o lugar de momento romântico, inconsciente e inconsequente. Baseado em rigorosa pesquisa, o livro esclarece que o anarquismo foi fundamental para a formação da classe operária brasileira e para a elaboração de uma cultura operária, própria e distinta daquela encarnada por seus patrões. Além disso, a autora rompe com a versão masculina e masculinizante da história da classe e do movimento operário. Ressalta a importância da presença feminina na nascente classe operária brasileira, dos fins do século XIX aos anos 1930, e o papel que o discurso anarquista exerceu ao instaurar os primeiros questionamentos das hierarquias entre os gêneros, e ao afirmar o direito feminino ao trabalho fora do lar.
Sobre el autor
Margareth Rago, paulistana, é historiadora e professora titular do Departamento de História e do Programa de Pós-Graduação em História do IFCH da Unicamp desde 1985. Entre 2010 e 2011 foi professora-visitante na Universidade Columbia e, entre 1995 e 1996, na Connecticut Colllege. Em 2000, dirigiu o Arquivo Edgard Leuenroth, da Unicamp. Autora e organizadora de diversos artigos e livros, publicou, pela Paz e Terra, Os prazeres da noite – prostituição e códigos da sexualidade feminina em São Paulo, 1890-1930.