Trata-se da tese de doutorado da socióloga Maria Célia Paoli, defendida em 1987, na
Universidade de Londres, sob orientação de Eric Hobsbawm. A tese descreve e analisa
a luta pelos direitos trabalhistas no Brasil nas décadas de 1930 a 1950 debruçando-se
sobre as disputas envolvendo trabalhadores, empregadores e o Estado brasileiro, que
resultou na promulgação de um conjunto de leis trabalhistas no país. Trata-se de uma
sofisticada pesquisa historiográfica e sociológica sobre um dos momentos-chave da
formação social, econômica e política do Brasil moderno.
Sobre el autor
Maria Célia Pinheiro Machado Paoli nasceu na cidade de Curitiba, Paraná, em 1942. Filha mais nova de quatro, sua família tinha forte enraizamento político e intelectual. Seu pai, Brasil Pinheiro Machado, exerceu diferentes cargos políticos no estado do Paraná nas décadas de 1930 e 1940 e foi professor de História na Faculdade de Filosofia da Universidade do Paraná (atual Universidade Federal do Paraná – UFPR), onde chegou a ser vice-reitor e reitor em exercício, no final da década de 1940. Socióloga, graduada na Faculdade de Filosofia da Universidade Federal do Paraná (1967), mestre em sociologia pela Universidade de São Paulo (1969-1973); doutora em história social pela Universidade de Londres (1987). Em 1969, com a aposentadoria compulsória dos professores da Cátedra I de Sociologia, torna-se professora da Universidade São Paulo. Foi professora do Departamento de Sociologia da FFLCH-USP até 2012, quando se aposentou. Foi durante o período de mestrado que Maria Célia conheceu Niuvenius Junqueira Paoli, com quem veio a se casar e com quem teve Mariana Pinheiro Machado Paoli, nascida em 1977.
Maria Célia construiu ao longo do tempo um sentido de mundo comum por onde passou, e o fez não só entre os seus pares, mas sempre ampliando os espaços de interlocução à participação de alunos, colegas, coletivos e grupos de ação política. Esta conversa em torno das preocupações partilhadas foi esteio ao seu pensamento, pensamento que era ação política, arma de combate e forma de estar no mundo.
Maria Célia Paoli veio a falecer no dia 20 de abril de 2019, deixando, contudo, sua ‘marca’ através de sua inquietação intelectual e contribuições teóricas, na abertura de temas e campos de pesquisa, na geração de pesquisadores e militantes que formou, na ação política, ou seja, em termos arentianos, uma vida ativa que, se não é imortal metafisicamente, é eterna pela marca que deixa no mundo comum que ela se empenhou em compreender e construir.