Michael Oakeshott é, ao lado de Edmund Burke, Russell Kirk e Roger Scruton, um dos principais representantes do conservadorismo em língua inglesa. A Política da Fé e a Política do Ceticismo é o seu mais importante livro póstumo. Na obra são apresentadas as duas posturas que polarizam a condução da política desde o início da modernidade. De um lado, a política da fé, que confia na capacidade governamental de solucionar problemas. De outro lado, a política do ceticismo, que, em lugar de instituir um fim comum aos cidadãos, assegura que os indivíduos disponham de espaço para seguir os seus propósitos. As duas atitudes são inelimináveis no mundo moderno, e ambas apresentam riscos; a predominância da política da fé, no entanto, leva o autor a enfatizar a necessidade de aprendermos com o pensamento cético. Esta edição conta com prefácio do filósofo Luiz Felipe Pondé; introdução da maior autoridade nos estudos sobre Oakeshott, Timothy Fuller; e posfácio do tradutor do volume e pesquisador da obra oakeshottiana Daniel Lena Marchiori Neto.
Sobre el autor
Michael Joseph Oakeshott, britânico, formou-se em História na Universidade de Cambridge, onde obteve o título de mestre e de doutor. Filósofo político dos mais importantes do século XX e artífice magistral da língua inglesa, Oakeshott ainda é um pensador pouco conhecido, quase sempre negligenciado ou ignorado – embora se perceba um recente aumento de interesse por suas ideias. Sua produção literária é extensa. Postumamente foram publicados, dentre outros, Rationalism in Politics and Other Essays; Religion, Politics, and the Moral Life; Sobre a História e Outros Ensaios. Liberal hobbesiano em questões do Estado e idealista hegeliano para quem a vida moral se baseia nas atividades de indivíduos historicamente situados, Oakeshott repudiava o extremismo político ocorrido na Europa nos anos 1930, e seus escritos desse período revelam críticas ao nazismo e ao marxismo. Morreu em 1990, aos 89 anos, no Condado de Dorset, Inglaterra.