Filosofias africanas é uma viagem ao pensamento africano pelos ganhadores do Prêmio Jabuti – Livro do ano.
Num sentido amplo, o termo ‘filosofia’ designa a busca do conhecimento iniciado quando os seres humanos começaram a tentar compreender o mundo por meio da razão. O termo pode também definir o conjunto de concepções, práticas ou teóricas, acerca da existência, dos seres, do ser humano e do papel de cada um no Universo. Na prática acadêmica, é usado para designar o ‘conjunto de concepções metafísicas (gerais e abstratas) sobre o mundo’.
A grande crítica que se faz às tentativas de caracterizar o pensamento tradicional africano como filosofia é a de que, na África, os nativos, defrontados com a grande incógnita que é o Universo, seriam incapazes de ir além do temor e da reverência, próprios das mentes ditas ‘primitivas’.
A partir daí, o chamado ‘racismo científico’, um dos pilares do colonialismo no século XIX – desqualificando as fontes do saber africano conhecidas desde a Antiguidade –, negou a possibilidade de os africanos produzirem filosofia. Então, o reconhecimento como filósofos, no sentido estrito do termo, de pensadores nascidos na África e de uma linha filosófica deles originada só ocorreu a partir do século XX.
Filosofias africanas trata tanto dos saberes ancestrais africanos, sua essência preservada nos provérbios, na diversidade multicultural e nos ensinamentos passados durante gerações por meio da oralidade, quanto da contribuição de filósofos africanos e afrodescendentes contemporâneos na atualização desses saberes, muitos dos quais pautados no decolonialismo. Nei Lopes e Luiz Antonio Simas, de maneira didática, mais uma vez escreveram uma obra que evidencia a complexidade, sofisticação e profundidade do pensamento africano e das perspectivas de mundo que sua filosofia provoca.
Sobre el autor
Nei lopes é bacharel em Direito e Ciências Sociais pela UFRJ e doutor honoris causa pelas igualmente prestigiosas UFRRJ e UFRGS. É autor de quarenta livros, incluindo ficção e poesia, além de dicionários, tendo a africanidade como tema. Na música popular, é compositor premiado, tendo como intérpretes e parceiros renomados artistas, sobretudo no gênero samba. Pela Civilização Brasileira publicou Dicionário da antiguidade africana e, em parceria com Luiz Antonio Simas, Dicionário da história social do samba, vencedor do Prêmio Jabuti de Livro do Ano de Não Ficção, em 2016.
Luiz Antonio Simas é mestre em história social pela UFRJ, professor de história no ensino médio e babalaô no culto de Ifá. Tem diversos livros publicados sobre as escolas de samba do Rio de Janeiro e suas comunidades. Recebeu o Prêmio Jabuti, em parceria com Nei Lopes, pela obra Dicionário da história social do samba. Pesquisador das culturas e religiões de matriz africana, publicou pela Civilização Brasileira O corpo encantado das ruas.