‘O retrato de Dorian Gray’ é o único romance escrito por Oscar Wilde. Tem como ponto de partida a relação entre o jovem Dorian e seu retrato, feito pelo pintor Basil. Certo dia, Dorian expressa a vontade de não envelhecer, como seu duplo no quadro. A partir de então, quem envelhece é o retrato, o que não torna mais simples a vida do jovem, que passa a desenvolver relações violentas tanto com pessoas que o cercam quanto com o próprio retrato. Publicado na vigência do moralismo vitoriano, o livro e seu autor foram acusados de influenciar negativamente a juventude inglesa e de propor uma vida mundana e desregrada. Baseando-se em certas coincidências entre a vida do autor e do personagem, o romance foi também utilizado como argumento na acusação que levou à prisão de Wilde.
Sobre el autor
Oscar Fingall O’Flahertie Wills Wilde (Dublin, 1854—Paris, 1900) destacou-se desde a infância pelo brilhantismo e pelo comportamento excêntrico. Aos 20 anos, foi estudar na Inglaterra, onde ficou conhecido pela intensa e extravagante atividade social. Sua literatura alinhava-se a seu estilo de vida: criticava sistemas morais tradicionais e propunha uma renovação de valores e comportamentos. Escreveu diversas peças de teatro, entre elas ‘Salomé’ (1891), ‘Uma mulher sem importância’ (1893), ‘A importância de ser prudente’ (1895). ‘O retrato de Dorian Gray’ é certamente sua obra mais conhecida. Sua atividade social e literária foi abalada em 1895, quando foi preso acusado de homossexualismo, prática proibida na Inglaterra naquela época. Seus últimos textos, o poema ‘Balada do cárcere de Reading e Salomé’ (1898) e a carta ‘De Profundis’ (1905) retratam o julgamento e o perı́odo na prisão. Foi liberado em 1897 e exilou-se em Paris.