Revista Continente Multicultural #255 [EPUB ebook] 
Fred Zero Quatro

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Em 1992, Fred Zero Quatro escrevia o Manifesto Caranguejos com Cérebro, que lançou o Movimento Mangue. No texto, o compositor e jornalista criticava a situação socioeconômica e o marasmo cultural do Recife. Por fim, elencava os temas de interesse dos mangueboys. Dentre eles, ‘o caos, o colapso da modernidade e a midiotia’. Hoje, 30 anos depois, o expoente do Manguebeat está interessado em observar e avaliar os desdobramentos desses e outros assuntos.
‘A tela multifunção gera uma hipertrofia da área do cérebro da distração. A distração está assumindo todo o controle do cérebro e uma atrofia das partes do cérebro que são associadas ao foco, ao senso crítico, à concentração. A gente vive hoje a civilização da distração, do algoritmo e das narrativas’, afirma em entrevista concedida à Continente.
Nessa conversa com a repórter especial Débora Nascimento, o músico, que está lançando o seu oitavo álbum de estúdio com a Mundo Livre S/A, Walking dead folia (Sorria, você teve alta!), fala sobre diversos temas, como a indiferença de compositores ao caos na sociedade brasileira, o sucesso do brega-funk, a hegemonia do sertanejo nas mídias, a sobrevivência dos artistas independentes, o consumo passivo e a escassez de leitura, ambos provocados pela revolução digital: ‘As gerações mais novas não conseguem ler um livro mais, porque perderam a capacidade de foco, de concentração e até de senso crítico’, afirma.
E é exatamente sobre esse assunto que se debruça a reportagem deste mês. A jornalista Valentine Herold investiga como anda a leitura no Brasil. Estamos lendo mais? Quais as ações e políticas públicas existentes para incentivar a prática da leitura no país? Qual o papel dos meios digitais nesse contexto? Uma das referências trazidas é a edição mais recente da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, que aponta a perda de 4, 6 milhões de leitores. O que estaria nos levando a esta queda? Não temos mais um Ministério da Cultura, o da Educação é aparelhado ideologicamente, as políticas públicas estão cada vez mais raras… E ainda vemos surgir a ideia de que os livros passem a ser taxados, afinal, segundo o ministro da Economia, eles são para poucos… ‘Pensar em direitos humanos tem um pressuposto: reconhecer que aquilo que consideramos indispensável para nós é também indispensável para o outro’, escreveu Antonio Candido no célebre ensaio O direito à literatura. Aqui, apostamos nesta ideia: a leitura é um direito de todos os seres humanos.

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Idioma Portugués ● Formato EPUB ● Páginas 80 ● ISBN 9788578589424 ● Tamaño de archivo 7.9 MB ● Editorial Cepe editora ● Ciudad Recife ● País BR ● Publicado 2022 ● Descargable 24 meses ● Divisa EUR ● ID 8960456 ● Protección de copia Adobe DRM
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