Terceiro livro de Rubem Fonseca, Lúcia Mc Cartney ― publicado em 1969 por Olivé Editor com o título Ficção e não ― confirmou o posto do autor como um dos renovadores do conto nacional. Tudo era novo: os temas, a linguagem, a coragem de experimentar vozes que não estavam representadas na literatura brasileira. Fonseca se distinguia no panorama literário por uma busca inquieta de meios de expressão sempre inéditos, adequados a cada universo em que entrava. Com isso produziu uma de suas obras-primas, logo reconhecida pela crítica e pelo público, que transformou o livro no primeiro best-seller do autor.
Não por acaso foi também com esta obra que ele conquistou seu primeiro Jabuti, maior prêmio literário do país. Não por acaso também, já no ano seguinte ao seu lançamento, dois textos desse livro foram adaptados para o cinema e, em 1987, o conto que dá título ao volume ganhou uma versão para o teatro.
Utilizando uma prosa precisa para descrever a vida de uma garota de programa ou a luta de vale-tudo em ‘Desempenho’, nesses dezenove contos encontramos o mergulho de um autor, em pleno domínio de sua escrita, na vertigem de seu tempo.
Sobre el autor
RUBEM FONSECA
nasceu em 1925 e faleceu em 2020, pouco antes de completar 95 anos, deixando uma contundente obra com trinta livros, entre os quais romances, novelas, coletâneas de contos e O romance morreu, que reúne crônicas publicadas no Portal Literal. Entre seus principais títulos estão Lúcia Mc Cartney (1969), O caso Morel (1973), Feliz Ano Novo (1975), O cobrador (1979), A grande arte (1983) e Agosto (1990). Em 2013 publicou, pela Nova Fronteira, o volume de contos Amálgama, vencedor do prêmio Jabuti de sua categoria. Ainda recebeu outras cinco vezes o Jabuti; em 2003, os prêmios Juan Rulfo e Camões; e, em 2015, o Machado de Assis, concedido pela ABL, pelo conjunto da obra. Seu último livro publicado em vida foi a antologia de contos Carne crua, de 2018.