O texto, que é uma narrativa pertencente ao maravilhoso fabular, vem acordar o leitor para o poder da voz. Ambientado no fundo do mar, metaforiza o poder da força vital, do inconsciente e do infinito, segundo o Dicionário de símbolos (há vários publicados). Leila, a baleia, é assediada pelo Barão que, contra a sua vontade, a beija, sussurra seduções, pede segredo e ainda corta os seus cabelos. Calada e petrificada, o terror toma conta de seu ser, e ela desiste de nadar, mas ajudada pelos amigos, retoma a sua essência e a sua voz, dando fim às ameaças do agressor.
Sobre el autor
A voz de Tino Freitas está muito presente em seus ofícios como cantor, mediador de leituras ou ainda como contador de histórias. Mas, ele percebe sua voz mais audível quando a coloca impressa, no livro. Aqui, o que era uma voz ganha a companhia da voz de outros profissionais: a do(a) ilustrador(
a), do(a) designer gráfico, do(a) editor(a), das personagens… Mas, para ele, o momento mais importante é quando esse livro polifônico encontra a voz do leitor. Uma voz que ecoa novas sonoridades, sotaques e sentidos. E o que era uma única voz, lá no início da ideia, torna-se um coro nada silencioso. Pois um livro pode soar sua voz no peito da gente por muito, muito tempo. Assim, Tino imagina que seja a voz de Leila. Singular e múltipla.
Seus livros caracterizam-se pelo humor, a crítica social ou o experimento com o suporte (papel/folha/livro objeto), enquanto importante elemento condutor da narrativa. Alguns desses livros receberam importantes láureas, como o Prêmio Jabuti, o Selo Altamente Recomendável para Crianças, da FNLIJ, além de integrar seleções de destaque como o Selo Distinção da Cátedra Unesco de Leitura PUC-RIO, Os 30 Melhores Livros do Ano, da Revista Crescer e o Catálogo de Bologna.