Ao receber o Nobel de Literatura, uma das primeiras pessoas em quem Albert Camus pensou foi seu ex-professor, o Sr. Germain. Inédito no Brasil, Caro professor Germain é um testemunho do amor, do respeito e do carinho nutridos entre aluno e professor.
’19 de novembro de 1957
Caro senhor Germain,
Deixei que arrefecesse um pouco o ruído que me cercou todos estes dias antes de vir falar um pouco com o senhor do fundo do coração. Acabam de me render uma honra demasiadamente grande, que não busquei nem solicitei. Mas, quando fiquei sabendo da notícia, meu primeiro pensamento, depois de minha mãe, foi para o senhor. Sem o senhor, sem essa mão afetuosa que se estendeu para o menininho pobre que eu era, sem seu ensinamento e seu exemplo, nada disso teria me acontecido.
[…]
Abraço-o com todas as minhas forças.
Albert Camus’
Assim que recebeu o Prêmio Nobel de Literatura, Albert Camus escreveu a seu antigo professor em Argel, sem o qual, segundo o próprio Camus, nada disso teria lhe acontecido. Neste livro, são reunidas pela primeira vez cartas que Albert Camus e Louis Germain trocaram ao longo dos anos, repletas de carinho e admiração mútuos. Além disso, contém o texto ‘A escola’, de O primeiro homem, romance inacabado de Camus no qual Germain é a inspiração para o personagem Bernard, um professor severo, rigoroso, mas, acima de tudo, extremamente afetuoso e apaixonado pelo magistério.
Caro professor Germain é uma homenagem à relação de gratidão e carinho entre um aluno e seu professor e um testemunho inspirador do poder de mudança da educação.
A propos de l’auteur
Albert Camus foi um jornalista, filósofo e escritor francês nascido na Argélia, em 1913. Seus trabalhos contribuíram com o crescimento da corrente de pensamento conhecida como absurdismo. Um dos grandes autores do século XX, Camus recebeu o Prêmio Nobel de Literatura em 1957, três anos antes de sua morte. Entre suas maiores obras estão A peste, O estrangeiro e A queda.
Louis Germain foi um professor e músico franco-argelino. Seu nome permanece ligado até hoje ao de Albert Camus, que foi seu aluno nos anos 1920 e amigo depois de 1945.