‘Operação Condor’ deveria ser uma versão ampliada de ‘O Beijo da Morte’, mas acabou se tornando um inédito. O livro é narrado por Verônica, amante do Repórter, um homem que destruiu sua vida tentando desvendar o mistério das mortes de Juscelino Kubitschek, João Goulart e Carlos Lacerda, ocorridas num curto espaço de tempo, quando os militares estavam no poder e os três políticos poderiam aglutinar as forças da oposição. A partir da exumação dos restos mortais de Goulart, ex-presidente deposto com o golpe militar de 1964, e da volta aos arquivos do Repórter, Verônica se confronta com seu passado e descobre documentos reveladores de que o Brasil, muito antes da Operação Condor, já monitorava atividades de brasileiros no exterior – notadamente de militantes e políticos de oposição, considerados suspeitos de conspirar contra o Regime Militar, com total apoio e colaboração do Itamaraty. Como no livro anterior, os autores Carlos Heitor Cony e Anna Lee têm como estratégia narrativa a mistura de reportagem, depoimento e ficção.
A propos de l’auteur
Anna Lee é mineira de Belo Horizonte, jornalista, escritora, roteirista e doutora em Estudos da Literatura pela PUC-Rio, com estágio doutoral na Universidade Sorbonne Nouvelle — Paris III. Escreveu vários livros, entre eles, em coautoria com Carlos Heitor Cony, O Beijo da Morte, ganhador do Prêmio Jabuti 2004 — categoria Reportagem e Biografia —, que se tornou agora parte integrante de Operação Condor. Trabalhou no jornal Folha de S.Paulo, na Editora Globo e atualmente é roteirista na TV Globo.
Carlos Heitor Cony nasceu no Rio de Janeiro em 1926. Estreou na literatura ganhando por duas vezes o Prêmio Manuel Antônio de Almeida, com os romances A verdade de cada dia e Tijolo de segurança. Considerado um dos maiores expoentes do romance neorrealista brasileiro, também se dedicou à crônica, aos ensaios, às adaptações de clássicos e aos contos. Ganhou quatro vezes o Prêmio Jabuti, duas vezes o Prêmio Livro do Ano da Câmara Brasileira do Livro e o Prêmio Nacional Nestlé de Literatura. Em 1998, foi condecorado pelo governo francês com a L’Ordre des Arts et des Lettres. Foi eleito para a Academia Brasileira de Letras em março de 2000. Era colunista da Folha de S.Paulo e comentarista da rádio CBN quando faleceu, no início de 2018, antes de ver publicado este seu último livro.