Depois da ascensão do Estado Islâmico, o mundo se deu conta que havia mulheres lutando no Curdistão. Muitas pessoas que desconheciam o que se passava nessa região se surpreenderam com o fato das mulheres curdas, numa sociedade vista como conservadora e dominada pelo machismo, estarem derrotando a impiedosa milícia fundamentalista. Os meios de comunicação de massa, e inclusive as revistas de moda, se esforçaram para se apropriar e instrumentalizar a luta legítima dessas mulheres como se fosse um tipo de fantasia sexy ao estilo ocidental. Centraram seus interesses em elementos frívolos e superficiais, como ‘os milicianos do Califado têm medo das mulheres curdas porque se uma mulher o matar não irão ao Paraíso’. Mas ignoram que há algo além da luta armada neste conflito. O que há é um projeto político de emancipação radical.
A propos de l’auteur
Dilar Dirik, curda ativista e Ph D na Universidade de Cambridge.
David Graeber, antropólogo anarquista e professor no Colégio Goldsmith da Universidade de Londres.