História Eclesiástica, obra indispensável a quem deseja compreender a história dos primeiros séculos do cristianismo, é, sem dúvida, a obra mais importante de Eusébio de Cesaréia, destacando-se como a mais conhecida e mais citada. Compreende 10 livros, escritos ao longo doa nos 312 e 317, nos quais o autor se propõe tratar ‘daqueles que oralmente ou por escrito, foram mensageiros da palavra de Deus em cada geração’, iniciando com uma história sumária de Cristo, desde o seu nascimento, e encerrando com a dupla vitória do imperador Constantino: sobre Maxêncio em 312 e sobre Licínio em 324. Portanto, este volume abrange o período dos primeiros séculos e retrata a sucessão dos bispos, as dificuldades causadas à Igreja pelas perseguições, o diálogo e o enfrentamento verbal com os pagãos e os judeus, o surgimento das heresias e dos heréticos e o triunfo eclesiástico associado ao triunfo constantiniano. Esse conteúdo é de riqueza inestimável, sobretudo por ter sido elaborado junto a fontes seguras, trazendo à história posterior estas mesmas fontes em forma de extratos enriquecidos com muitas citações de escritos da época. Por meio dessas citações é possível conhecer textos e documentações em geral que se perderam ao longo do tempo e foram conservados nessa obra, que, por mais essa razão, é de grande importância no universo da patrologia e da história da Igreja.
A propos de l’auteur
Eusébio de Cesareia (ca. 265 – Cesareia Marítima, 30 de maio de 339) (chamado também de Eusebius Pamphili, ‘Eusébio amigo de Pânfilo’) foi bispo de Cesareia e é referido como o ‘pai da história da Igreja’, porque os seus escritos históricos são de suma importância para o conhecimento do cristianismo primitivo — é considerado o primeiro historiador do cristianismo. O seu nome está ligado a uma crença curiosa sobre uma suposta correspondência entre o rei de Edessa, Abgar e Jesus Cristo. Eusébio teria encontrado as cartas e, inclusive, as copiado para a sua História Eclesiástica.