Poeresia: poesia e heresia
Venha cá, não tenha medo.
Coloque para fora o que guarda aí há tanto tempo. Um dia te disseram para esconder isso aí, que era piegas, tosco, não digno de ser revelado.
Ficou armazenado nas mais doces e amargas memórias. Com o tempo, pareceram sem gosto, neutras, desprovidas do sentido que tinham quando você ousou escrever.
Esconderam do mundo suas palavras, os sentimentos mais nobres e os mais polêmicos. Agora, eles maturaram, fermentaram e destilaram: o puro malte, o doce vinho, a aguardente.
Sentimentos há muito de molho que, finalmente, podem retornar com mais força e com mais vigor. O tempo não os deixou sem sentido. Apenas são vistos sob o olhar do tempo.
A propos de l’auteur
Marina Saes
Natural do extremo Sul de São Paulo, foi educada com poesia. Promoveu o primeiro sarau com 13 anos dentro da escola pública que estudava. Depois disso, nunca mais parou. Envolvida em saraus espalhados por São Paulo, como A Cooperifa, ensinou pessoas com mais de 40 anos a ler e escrever através do amor com a poesia e oficinas de escrita. Acredita que a palavra abre portas e cria asas.