Publicado em 1887, ‘Sobre a genealogia da moral’ perscruta de onde surgiram nossos conceitos e preconceitos morais e, em se tratando de Friedrich Nietzsche (1844-1900), o faz implodindo, ao mesmo tempo, o castelo da metafísica ocidental e os pilares das ilusões da religião. No primeiro dos três ensaios, são demonstradas as raízes profundamente arraigadas do cristianismo na moral ocidental pós-socrática. Na segunda parte, Nietzsche fala da origem da consciência moral, da mudança do ser humano de uma ‘besta selvagem’ a ‘animal manso’. Já na terceira, aborda a gênese do tipo de poder que ele chama de ‘sacerdotal’ – poder de cunho religioso que ele detonará, com toda ênfase, em ‘O anticristo’, de 1888.
A propos de l’auteur
Friedrich Wilhelm Nietzsche (1844-1900) nasceu em Röcken, na Saxônia, filho de uma família de pastores protestantes, e estudou Filologia e Teologia nas Universidades de Bonn e Leipzig. Em 1872, escreveu sua primeira grande obra, ‘O nascimento da tragédia’, sobre a qual Wagner disse: ‘Jamais li obra tão bela quanto esta’. O ensaio viria a se tornar um clássico na história da estética. Em 1878, Nietzsche entrou em contato com a obra de Voltaire e escreveu ‘Humano, demasiado humano – Um livro para espíritos livres’. Nesta época, as dores de cabeça e nos olhos que Nietzsche já sentia há algum tempo se tornaram piores. Em 1882, Nietzsche publicou ‘A gaia ciência’ e, em 1883, ‘Assim falou Zaratustra’ (Partes I e II), sua obra-prima. Em 1888, produziu uma enxurrada de obras, entre elas o ‘Ecce homo’ e ‘O Anticristo’. Em janeiro de 1889, sofreu um colapso ao passear pelas ruas de Turim e perdeu definitivamente a razão. Em 25 de agosto de 1900, depois de penar sob o jugo da dor e da irmã, o filósofo falece em Weimar, cidade para a qual a família o levara junto com o arquivo de suas obras e escritos.