Quando começou o Antropoceno? Apesar de o termo se popularizar apenas em meados dos anos 2000, a discussão sobre a presença do homem no mundo e sua intervenção na natureza não é nova. Lançado originalmente em 2016, Enfrentando o Antropoceno, do canadense Ian Angus, é um estudo sobre o impacto do homem na Terra.
A obra se inicia debatendo a chamada Grande Aceleração, período posterior à Segunda Guerra Mundial apontado como ponto de inflexão na história terrestre, no qual as atividades humanas tornaram-se a força geológica primária que impacta o meio ambiente e seu futuro. Multidisciplinar, o livro analisa não apenas recentes descobertas científicas sobre as causas e as consequências físicas da transição do Antropoceno, mas também as tendências sociais e econômicas que fundamentam a crise, como a queima de combustíveis fósseis e a atuação do capitalismo nos últimos cem anos.
Angus faz uma reflexão sobre as alternativas de mudanças em meio ao desenfreado aumento de temperatura, clima extremo, elevação dos oceanos e extinção em massa de espécies. Para o autor, a sobrevivência no Antropoceno exige uma mudança social radical, substituindo o capitalismo fóssil por uma nova civilização ecossocialista: ‘Ian Angus demonstra como a essência predatória do sistema econômico capitalista declara guerra, em nome do crescimento econômico infinito, do lucro e da acumulação desenfreada de riquezas contra o sistema Terra, contra Gaia/Pachamama e mostra de que maneira a lógica desse sistema precisa ser combatida em seu todo’, escreve Alexandre Araújo no texto de orelha.
A propos de l’auteur
Ian Angus nasceu no Canadá, em 1945. Um dos mais conhecidos ativistas ecossocialistas, é editor do Climate & Capitalism, contribui frequentemente com a Mothly Review e fundou a Global Ecosocialist Network.