A democracia brasileira, instável desde suas origens, revelou-se bastante frágil com o avanço da extrema direita. Por quê? E por que o avanço da extrema direita foi tão avassalador no Brasil? Como se enraizou tão profunda e rapidamente em todas as classes sociais? De que modo encontrou seu ponto de fuga numa figura da desestatura de Jair Messias Bolsonaro? E como foi que a parcela mais radicalizada de sua militância adotou o comportamento fanático típico das seitas religiosas?
Não há resposta fácil, pois essas perguntas resumem o que há de mais sombrio na formação social brasileira. Uma resposta possível para João Cezar de Castro Rocha: escrever como uma tentativa de compreensão dos impasses contemporâneos.
Com uma análise das estratégias discursivas da extrema direita, com ênfase para a caracterização da retórica do ódio, este livro é o primeiro de uma trilogia que busca propor hipóteses que talvez ajudem a atravessar a selva selvagem na qual nos encontramos. Dois outros estão a caminho: Retórica do ódio: a pedagogia da desumanização do outro será o próximo; o último, Dissonância cognitiva coletiva: midiosfera extremista e metaverso.
Bolsonarismo: da guerra cultural ao terrorismo doméstico reúne entrevistas e artigos saídos na imprensa – editados e revistos, a fim de evitar a redundância e de assegurar a unidade do livro –, além de textos inéditos que os complementam.
A propos de l’auteur
João Cezar de Castro Rocha é professor titular de Literatura Comparada da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), procientista na mesma instituição, pesquisador 1D do CNPq e cientista do Nosso Estado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ). Autor de 14 livros e organizador de mais de 30 títulos, foi professor e pesquisador visitante em várias instituições: Hunan Normal University, Princeton University, Universidad Iberoamericana, University of Massachusetts-Dartmouth, Alexander von Humboldt-Stiftung, Centre for Brazilian Studies (University of Oxford), University of Wisconsin- Madison, St John’s College (University of Cambridge), entre outras. Seu trabalho foi traduzido para inglês, mandarim, espanhol, francês, italiano e alemão.