Passados 450 anos desde sua publicação, Os Lusíadas é uma enorme contribuição para a Língua Portuguesa, pelo seu nível de rebuscamento e formalidade.
O clássico ‘Os Lusíadas’, de Camões, trata da viagem de Vasco da Gama à Índia, em 1498. A obra apresenta um misto de narrativa histórica e de lenda, visitando os clássicos gregos (gigantes, ninfas e deuses do Olimpo que brigam entre si) e explicitando a crença católica do autor. Este também não deixa de imprimir em sua obra a amargura e o desgosto de quem apanhou – e muito – da vida.
Apesar de ser uma leitura um tanto quanto trabalhosa para o leitor contemporâneo. Introduzimos cada um dos Dez Cantos, ou capítulos, com comentários para facilitar a compreensão dos temas.
Juntos, vamos nos deparar com uma narrativa épica em sua primazia, extremamente imaginativa. O protagonista, Vasco da Gama, é um herói novelesco. Por um lado, capaz de grandes feitos, engrandecido e romantizado. Por outro, entregue à sorte (ou aos deuses) e capaz de errar. Essa dualidade o torna surpreendente, imprevisível até. E nada mais é do que o reflexo da personalidade de Camões. O autor enxergava, sim, a viagem dos portugueses à Índia como uma forma de levar a civilização a povos bárbaros, mas ao mesmo tempo conseguia ver os horrores das cruzadas, por exemplo. O poema, grandioso e universal que é, conversa muito bem com o mundo moderno.
No decorrer da leitura da obra, temos contato com os valores morais, a dignidade e a virtude do povo português.
Mas voltando à dificuldade mencionada antes: como apreciar um poema tão rebuscado, figurativo e cheio de referências? Quem é Pacheco? Onde estão nossos heróis agora? Quem é o povo mauritano?
É como diz o dito (pleonasmo intencional) medieval: uma leitura superficial é uma leitura negligente. Ou seja, só aquele que realiza uma leitura semântica é quem lê realmente. É preciso ir além das palavras para que a leitura seja completa.
E como é que se aprende a ler? Antes de se tornar prazerosa, a leitura é tarefa árdua, e só começa a ser feita com a ajuda de quem já a domina. A arte da leitura evolui para o entendimento das entrelinhas e o diálogo com o contexto histórico e cultural.
Portanto, o estudioso das letras deve estar presente em uma primeira leitura. As anotações sobre a obra, devidamente conservadas, registradas e passadas através das gerações, chegam até você, leitor contemporâneo, para garantir que possa apreciar de maneira plena a obra que tem em mãos. Essa tradição de se anotar, esmiuçar e transmitir conhecimentos literários remonta ao Império Romano, que o fazia para garantir que sua cultura fosse transmitida às novas gerações.
É claro que as anotações não substituem, nem têm a intenção de substituir, a insubstituível figura do professor. A pretensão de dispensar a interação humana seria, para dizer o mínimo, enormemente arrogante e ineficaz. Trata-se de mais uma ferramenta que você, leitor, tem para poder apreciar a beleza literária e o registro cultural da época.
Então é isso, caro leitor. Leia, compreenda e aprecie esta obra, que não só sobrevive, mas contribui para nossa cultura. Saiba do que se trata, de onde vem e qual é a beleza do poema. Enriqueça seu vocabulário, seus conhecimentos e sua visão de mundo. Boa leitura!
Table des matières
Sumário
Dedicação
Produção
Introdução
Canto Primeiro – Comentário
Canto Primeiro
Canto Segundo – Comentário
Canto Segundo
Canto Terceiro – Comentário
Canto Terceiro
Canto Quarto – Comentário
Canto Quarto
Canto Quinto – Comentário
Canto Quinto
Canto Sexto – Comentário
Canto Sexto
Canto Sétimo – Comentário
Canto Sétimo
Canto Oitavo – Comentário
Canto Oitavo
Canto Nono – Comentário
Canto Nono
Canto Decimo – Comentário
Canto Decimo & último