Em 2007, uma nação europeia decide criar um ministério da identidade nacional. Por mais familiares que pareçam, as noções de identidade e de nação se revelam de uma complexidade que desperta a curiosidade da História e da Antropologia. Assim, conjugando as duas disciplinas, Marcel Detienne coloca em perspectiva algumas maneiras radicalmente diferentes de conceber o que parece fazer parte do ‘senso comum’, a saber, o que somos juntos e o que os outros não são. Essas maneiras são diversas ficções do passado e do presente: o puro Celta da Padânia, na Itália; o hindu-hinduísta de raízes védicas, na Índia contemporânea; o Japonês nascido da terra dos deuses sem outros predecessores; o Ateniense que se quer um puro rebento da terra autóctone; o Alemão historial de ontem, mais grego do que os Gregos, do tempo de Heidegger e de Hitler; o native americano, num continente aberto à imigração, e o Francês de cepa, novamente enraizado.
A propos de l’auteur
Marcel Detienne
Historiador belga especializado no estudo da Grécia Antiga, é professor emérito da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore, Estados Unidos, onde começou a lecionar, no Departamento de Clássicos, em 1992. Detienne também tem se dedicado a estudos antropológicos baseados no estruturalismo de Claude Lévi-Strauss. O historiador foi diretor de estudos da École Pratique des Hautes Etudes, na França, onde lecionou até 1998, e também foi um dos fundadores do Centre de Recherches Comparées sur les Sociétés Anciennes, em Paris.