Em crônicas curtas escritas para jornal, o célebre autor de Em busca do tempo perdido retrata saraus literários e musicais da alta sociedade francesa, comenta atualidades e até noticiário policial
Antes de se tornar o autor consagrado de Em busca do tempo perdido, Marcel Proust, como tantos escritores de sua época, passou pelo jornalismo. Foi nos periódicos franceses que publicou seus primeiros textos: crônicas em que descreve os salões parisienses – espécies de saraus literários e musicais, frequentados por aristocratas e gente da alta sociedade da época –, críticas de moda, arte e literatura, além de textos inspirados na atualidade política e até policial.
Salões de Paris traz uma seleção de 21 crônicas escritas por Proust e publicadas na imprensa francesa, principalmente no jornal Le Figaro, mas também em periódicos de curta duração como o ‘Le Mensuel’ (que circulou entre outubro de 1890 e setembro de 1891) ou revistas especializadas, como a ‘Revue d'Art Dramatique’ (1886-1909) ou a Revue Blanche (1889-1903).
A propos de l’auteur
Autor incontornável da literatura francesa, Marcel Proust (1871-1922) nasceu em Paris, cenário dos textos publicados pelo escritor em diversos jornais, reunidos nesta seleção de 21 crônicas. Sua obra-prima, Em busca do tempo perdido, composta por sete volumes publicados a partir de 1913, ganhou grande notoriedade por tratar de assuntos primordiais: a passagem do tempo, a memória afetiva, amor, ciúme e outras questões existenciais – dentre elas, a homossexualidade. Em sua narrativa complexa e introspectiva, Proust é reconhecido por explorar a natureza da experiência humana e mergulhar fundo nas profundezas da psicologia de seus personagens. O segundo volume da saga foi laureado em 1919 pelo Prêmio Goncourt, um dos principais prêmios e homenagens que o escritor recebeu em vida, além de diversos outros postumamente.
Proust conviveu com grandes nomes de seu tempo e, antes de morrer por uma severa bronquite em 1922, esteve ao lado de Pablo Picasso, James Joyce, Ígor Stravinski, Bronislava Nijinska, entre outros. A grande relevância de sua obra o coloca como um dos escritores mais representativos da literatura francesa, tal como Shakespeare, Cervantes, Dante, Faulkner e Goethe em seus respectivos países.