No Recife dos anos 1990, essa é a história de duas viúvas, vizinhas e inimigas, cujos maridos mataram um ao outro em um grotesco duelo sem sentido. Fragmentos de memória (e também de invenção) da narradora (que reescreve fatos que testemunhou na infância) revelam ao leitor as personagens, que poderiam comungar suas dores, mas decidem enfrentá-las com vingança.
‘O ódio entre Margarete e Guiomar era genuíno, tão explicável e entendível que não havia lados ou partidos entre os moradores da vila. Ninguém torcia por uma, ou por outra. Alguns talvez torcessem contra as duas, e sigilosamente desejassem que sumissem, aliviando-os de presenças tão pesadas.’
Em linguagem fluente, sóbria, em vários momentos poética e com passagens bem-humoradas, As viúvas passam bem – livro finalista do Prémio Leya, de Portugal – é um romance sobre a beleza frágil do amor. Trata também dos movimentos da vida e do sempre possível recomeço.
A propos de l’auteur
Marta Barbosa Stephens é jornalista e crítica literária com mestrado pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Nasceu no Recife e mora na Inglaterra. É autora de Voo luminoso de alma sonhadora (2013) e Desamores da portuguesa (2015). Tem contos publicados em diversas coletâneas, entre elas Feliz aniversário, Clarice (2020), selecionada pelo PNLD/MEC de 2021 para o ensino médio. As viúvas passam bem foi finalista do Prémio Leya de 2021.