Esta obra procura reunir todos os contos de Oscar Wilde. Esta edição bilíngue reúne seus quatro livros de contos – ‘O príncipe feliz e outros contos’; ‘O retrato do Sr. W. H.’; ‘O crime de Lorde Arthur Savile e outros contos’; e ‘A casa das romãs’. Dentro desses trabalhos constam algumas histórias como ‘O fantasma de Canterville’, ‘O pescador e sua alma’ e ‘O crime de Lorde Arthur Savile’. Traz contos escritos entre 1888 e 1891. A presente coletânea traz ao leitor os contos escritos entre 1888 e 1891, produzidos durante o período mais feliz, e menos turbulento, da vida do escritor Oscar Wilde, nome de um dos maiores autores da língua inglesa. Exímio contador de histórias, encantava os círculos ingleses com suas ironias, a precisão formal dos textos e, claro, com a própria presença. Aqueles que tiveram o privilégio de ouvi-lo, diziam que a voz cadenciada, bem modulada, a interpretação dramática e o carisma peculiar de Wilde eram simplesmente irresistíveis, cativando a atenção do público seleto que se reunia para assisti-lo. Sem se aprofundar em temas como diferenças entre classes sociais ou pretender dar uma conotação política aos textos, valendo-se muitas vezes de uma espécie de realismo fantástico, Oscar Wilde aborda o sofrimento brutal dos estratos mais baixos da sociedade inglesa, a distância abissal que separa a futilidade da nobreza e a miséria dos vassalos. Em seus contos, Wilde não poupa a realeza e a alta burguesia, dissecando com fina ironia os costumes e o savoir faire dessas camadas sociais, evidenciando intrigas, sortilégios, traições. Com narrativa clara e temas considerados, por vezes, extravagantes, Wilde ao mesmo tempo em que encantava a muitos, tornando-se célebre ainda em vida, irritava outros, sobretudo à alta burguesia, com sátiras e críticas leves aos costumes ingleses.
A propos de l’auteur
OSCAR WILDE, nascido em 16 de outubro de 1854 na cidade de Dublin, Irlanda, viveu na efervescente capital inglesa, frequentando ciclos de escritores, atores e figuras de destaque da época, sendo enaltecido por importantes figuras literárias, como o dramaturgo George Bernard Shaw, os poetas norte-americanos Walt Whitman e H. W. Longfellow, e o escritor francês Stéphane Mallarmé.
Casado em 1884 com Constance Lloyd, teve dois filhos a quem Oscar Wilde se devotava de corpo e alma e cujo afastamento por decisão de Constance após sua prisão foi devastador. Mesmo após o casamento, manteve-se muito conhecido e requisitados em todas as rodas literárias, honrado com todos os compromissos aos quais era convidado. Tornou-se realmente uma pessoa indispensável e comentada aos eventos sociais, espalhando glamour e comentários por onde passava.
Possuía uma aparência que atraía os olhares: vestia-se elegante e extravagantemente bem, com roupas e adereços que, segundo suas próprias palavras, sempre refletiam o que de mais íntimo existia dentro dele. Embora bem conhecido nos círculos sociais, Wilde recebeu pouco reconhecimento por sua obra durante muitos anos até a estreia de ‘O Leque de Lady Wildermere’ que consolidou sua fama literária a partir de 1892. O simulacro, o homem e seu retrato eram a maneira pela qual o autor se utilizava para se relacionar com o mundo, mas o período de seu sucesso foi extremamente curto.
Na noite de estreia de sua obra-prima teatral ‘A Importância de Ser Constante’ em 1895, o marquês de Queensberry, pai de Lorde Alfred Douglas, jovem aristocrata com quem Wilde estava se relacionando à época, iniciou uma campanha pública contra o autor. Por influência de Lorde Douglas, Oscar Wilde decidiu mover uma ação contra o pai do rapaz, acusando-o de difamação. Quinze semanas mais tarde, Wilde perderia o processo e, em 1895, era preso e condenado a dois anos de trabalhos forçados. Ao ser libertado em 1897, Wilde muda-se da Inglaterra em direção ao continente europeu. Lá adota o pseudônimo de Sebastian Melmoth e em companhia de Robert Ross publica ‘A Balada do Cárcere de Reading’ e ‘A Alma do Homem sob o Socialismo’, suas últimas produções literárias. Logo após, fixa residência em Paris, onde corrige e publica ‘Um Marido Ideal’ e ‘A Importância de Ser Constante’, demonstrando que se encontrava no comando de si mesmo e de todo seu talento literário. Todavia se recusa a escrever qualquer novo material, declarando que ‘posso continuar a escrever, mas perdi a satisfação para tal’.
Em 30 de novembro de 1900, Wilde, empobrecido, esquecido e doente, veio a falecer em um quarto do Hôtel d’Alsace, em Paris. Como legado, deixou-nos uma obra admirável representada por contos, romance, poesias e peças teatrais que até hoje são encenadas.