Gaza é, de alguma forma, o centro do mundo. E este livro se situa nesse campo, ao perseguir a realidade dos fatos e, ao mesmo tempo, oferecer subsídios para a desconstrução da interpretação hegemonicamente aceita que tem justificado o genocídio dos palestinos há 76 anos, ocasionando a pior de todas as crises: a crise de humanidade. Com o título inspirado no livro de poemas publicado pelo chileno Pablo Neruda em 1937 para tratar dos horrores da Guerra Civil Espanhola, Gaza no coração nasce de um sentimento de profunda angústia, mas também de um desejo poderoso de esperança e justiça. Por essa razão, a solidariedade é o fio condutor dos capítulos que formam a coletânea — e foi o tema gerador das reflexões desenvolvidas pelas autoras e autores. O resultado é um livro que trata de aspectos centrais da história do povo palestino, ao mesmo tempo que revela os fundamentos de sua histórica resistência. Um livro que é, para todas as pessoas envolvidas, uma obrigação moral, um compromisso ético e uma declaração de esperança.
— Rafael Domingos Oliveira, na Introdução
Table des matières
Nota da edição
Introdução, por Rafael Domingos Oliveira
Welcome, por Farah Chamma
A medida do que somos capazes de fazer para mudar o mundo, por Françoise Vergès
Em Gaza, o capitalismo reencontra sua vocação originária, por Silvia Federici
Esqueci de morrer, por Tithi Bhattacharya
Nakba e os percursos historiográficos de uma tragédia sem fim, por Arlene Clemesha
Por uma pedagogia da Nakba, por Francirosy Campos Barbosa
Palestina: uma terra, muitos povos, por Samira Adel Osman
Racismo, colonialismo e genocídio na Palestina ocupada, por Deivison Faustino
O sionismo e a luta anticolonial do povo palestino, por Jones Manoel
Pensar após Gaza: desumanização, trauma e a filosofia como freio de emergência, por Vladimir Safatle
Genocidade: microfísica da morte continuada, por Berenice Bento
Sumud, por Rima Awada Zahra
Gaza e os filhos de Eichmann, por Tadeu Breda
Quanto mais outrificado, mais o palestino se assemelha ao judeu de outrora, por Dafne Melo
Israel, sionismo, apartheid: o que você esperava?, por Benjamin Moser
Questão judaica e a emancipação humana, por Marcio Farias
Solidariedade com a Palestina, encontro com a judeidade, por Bruno Huberman
Para estarmos inteiros, por Coletivo Vozes Judaicas por Libertação
A relação dos evangélicos brasileiros com Israel, por Murilo Meihy
Contra o pó, por Pedro Ferraracio Charbel
A não violência que ninguém vê, por Thiago Ávila
Vacas, tijolos e comida na Palestina, por Ana Carolina Coppola
A pior dor do mundo, por Gabriel Rocha Gaspar
Pinkwashing e homonacionalismo no contexto da Palestina, por Gabriel Semerene e Kais Husein
Palestina, Israel e as redes sociais, por Hyatt Omar
Um chamado das mulheres palestinas, por Soraya Misleh
Quantos campos de batalha?, por Rita von Hunty
A ONU sob os escombros de Gaza, por Jamil Chade
O fracasso sionista na Palestina, por Ualid Rabah
Por um ‘nós’ inclusivo, por Geni Núñez
‘O genocídio é um rosto que nos olha’, por Geraldo Adriano Godoy de Campos
A solidariedade como pensamento/ação anticapitalistas, por Raúl Zibechi
O povo originário palestino re-existe por seu território e vida, por Casé Angatu
Das favelas do Rio à Palestina, por Gizele Martins
Negros e palestinos: os condenados da terra contra o colonialismo, por Douglas Belchior, Pedro Borges e Simone Nascimento
A solidariedade do MST com a Palestina
Gerson de Souza Oliveira, por Selma de Fatima Santos
A responsabilidade de todos nós, por Heloisa Villela
Viagem à Palestina: segregação, racismo e militarização, por Gal Souza
O sonho do meu avô, por Maynara Nafe
As chaves de Yaffa, por Sharif Shabazz
O genocídio versificado: testemunhos de três poetas de Gaza, por Felipe Benjamin Francisco
O último abraço, por Milton Hatoum
Mãe palestina, por Carlos Latuff
A propos de l’auteur
Rafael Domingos Oliveira é historiador e educador. Bacharel e mestre em história pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Doutorando em história social pela Universidade de São Paulo (USP). Especialista em estudos sobre escravidão e abolição nas Américas, foi coordenador do Núcleo de Educação do Museu Afro Brasil e pesquisador do Projeto Querino. Membro do Núcleo de Estudos e Pesquisas da Afro-América (Nepafro) e coordenador do Núcleo de Acervo e Pesquisa do Theatro Municipal de São Paulo. É autor de Vozes afro-atlânticas: autobiografias e memórias da escravidão e da liberdade (Elefante, 2022).