Oficial do exército Austro-Húngaro relata, em seis contos, o horror e o absurdo da guerra, em livro proibido que se tornou um libelo pacifista na Europa.
Publicado anonimamente pela primeira vez em 1917, Homens em guerra é uma das grandes obras-primas da literatura publicadas durante a Primeira Guerra Mundial. O livro é composto por seis contos que trazem um relato pungente e ao mesmo tempo poético do horror, da loucura e do absurdo do conflito em curso.
Muitas das cenas descritas foram vividas pelo autor, Andreas Latzko (1876-1943), húngaro de expressão alemã que atuou como oficial do Exército Real do Império Austro-Húngaro. Lançado na Suíça, onde o autor se recuperava de traumatismos sofridos no front, o livro foi traduzido em várias línguas e prontamente censurado nos países envolvidos no conflito. Latzko foi identificado como autor e destituído de seu posto militar. O livro tornou-se um dos principais libelos dos militantes pacifistas na Europa.
Em texto raro sobre Latzko, de quem era entusiasta, o escritor austríaco Stefan Zweig relatou como foi a recepção de Homens em guerra na Europa: ‘Soltamos um grito de alegria: a verdade, acorrentada, tinha rompido suas correntes, suplantou as cem barricadas da censura, foi ouvida no mundo inteiro! Esperamos pelo livro, o livro proibido que os guardas espreitavam vigilantemente nas fronteiras para que não viesse envenenar a mentira tão bem cuidada pelo grande entusiasmo’.
A edição conta com um texto de apresentação de Stefan Zweig e um depoimento do escritor francês Romain Rolland, ambos entusiastas da literatura e da tomada de posição de Latzko. A tradução do alemão foi feita por Claudia Abeling.
लेखक के बारे में
Nascido em Budapeste, o escritor Andreas Latzko (1876-1943) serviu como oficial do exército austro-húngaro na Primeira Guerra Mundial. Em 1914, foi enviado para o front do Rio Isonzo (na Itália, próximo à fronteira com a Eslovênia). Em 1915, após um ataque da artilharia italiana perto da cidade de Gorizia, Latzko entrou em choque. Passou oito meses internado, depois deixou a guerra para seguir o tratamento psiquiátrico em Davos, na Suíça.
Afastado do combate, redigiu Homens em guerra, que publicou anonimamente em 1917 pela editora Rascher-Verlag, em Zurique. O livro, considerado um libelo contra a guerra, foi proibido de circular em todos os países envolvidos no conflito.