Em A menina alta, o premiado Fabricio Carpinejar conta a história de Letícia, uma menina que ficou alta demais para sua idade. Ilustrado por Sandra Lavandeira, o livro traz uma importante reflexão sobre autoestima.
Desde pequena, Letícia ouvia dos pais que era para ela crescer: come para crescer, dorme para crescer. Ela foi crescendo e crescendo e aos cinco anos já era alta. Aos doze anos já tinha 1, 70m.
Letícia cresceu mais do que o esperado, e isso logo começou a chamar a atenção de todos. Ela passou a ser apenas alta e mais nada. Mesmo sendo alegre, mesmo sendo bonita, mesmo tendo os cabelos esvoaçantes, nenhuma outra qualidade sua saltava aos olhos dos que estavam à sua volta.
Aí Letícia começou a achar que não queria mais ser alta, porque isso de ser alta incomodava. Ela não podia sentar onde quisesse no cinema nem no teatro; ganhava apelidos que não gostava; cobertores, vestidos e banheiras pareciam sempre pequenos. Então a menina chorava. Chorava para espantar os males. Chorava cantando. Foi quando Letícia passou a cantar para se expressar. E, por ser alta, estava mais perto do céu. Suas notas chegavam nas alturas. Sua voz ganhou os ares e alcançou lonjuras.
Reconhecido por seu olhar sensível, Carpinejar sabe bem o que é passar por isso. Quando era criança, ele sofreu muito na escola por causa de alguns colegas que achavam ele esquisito e davam apelidos ruins pra ele. Seus livros infantis Médico das roupas e Filhote de cruz-credo abordam com delicadeza situações fora do padrão.
A história é ricamente ilustrada por Sandra Lavandeira, que faz uma junção perfeita de texto e imagem para contar a jornada da menina diferente dos demais da sua idade.
लेखक के बारे में
Carpinejar é puro sentimento. Nas palavras de Carlos Heitor Cony (1926-2018), ‘sua entrega à poesia é total, urgente, inadiável’. Nasceu em 1972 na cidade de Caxias do Sul (RS) e publicou 45 livros entre poesia, crônica, infanto-juvenil e reportagem. É detentor de mais de 20 prêmios literários, dentre eles, o Jabuti por duas vezes, o da Associação Paulista dos Críticos de Arte e o Olavo Bilac, da Academia Brasileira de Letras. Atua como comentarista do programa Encontro com Patrícia Poeta, da Rede Globo, e é colunista do jornal O Tempo.
Sandra Lavandeira é natural de Buenos Aires, na Argentina, e nasceu em 1965. É formada pela Escuela Nacional de Bellas Artes Prilidiano Pueyrredón. No seu processo de formação, a ilustradora fez uma longa viagem pela América do Sul, conhecendo muitas cidades e fazendo muitos desenhos. Atualmente, mora em Porto Seguro, na Bahia. Ilustra livros para crianças desde 1994, para editoras da Argentina, Estados Unidos, México, Colômbia, Equador, Nicarágua, Brasil e Portugal.