Considerada escritora proeminente de seu tempo, a argentina Hebe Uhart (1936–2018) construiu uma obra verdadeiramente profícua, que compreende contos e microcontos, novelas e crônicas de viagem. Docente que jamais largou a profissão, a autora se destacou também no domínio da crítica, com textos dedicados à filosofia e à estética. Dona de um estilo inconfundível, dedicado à investigação incessante da vida cotidiana, incluindo as pessoas, os objetos e as atividades que as cercam, Uhart passou rapidamente de uma autora celebrada apenas por um círculo restrito de intelectuais para uma personalidade reconhecida dentro e fora da Argentina, com muitos de seus títulos traduzidos e premiados.
Ainda inédita no Brasil, Hebe Uhart ganha agora a sua primeira publicação em português, intitulada O bolo fofo e outros contos, com tradução de Josely Vianna Baptista e prefácio de Nara Vidal. A escolha do título, aliás, corresponde ao segundo livro de contos da autora, lançado originalmente no ano de 1977. São justamente os doze contos de O bolo fofo que inauguram a presente edição brasileira. Seguem-se ainda outros dois títulos, A luz de um novo dia (1983) e Guiando a hera (1997), reproduzidos integralmente neste volume. Por fim, uma seleção de cinco dos dezessete contos que compõem o livro Do céu à casa, de 2003. Ao todo, são trinta e seis textos reunidos, cujo intuito é o de introduzir o leitor brasileiro à obra desta grande autora latino-americana.
Tentang Penulis
Escritora argentina, nasceu em Moreno em dezembro de 1936 e morreu em Buenos Aires em outubro de 2018. Hebe estudou filosofia na Universidade de Buenos Aires e foi também professora. Ministrou durante 30 anos uma oficina de escrita. Autora de romances, contos e crônicas de viagem, Hebe é considerada uma das maiores escritoras argentinas, ou, como sentenciou Rodolfo Fogwill: ‘A maior escritora da Argentina!’. Sua maneira de ver as coisas produziu uma linguagem, um modo de dizer, um estilo inconfundível.
Por sua obra, Hebe é conhecida como a cronista das coisas mínimas, da vida cotidiana, das pessoas comuns. Uma cronista com ‘ouvido absoluto’.