Mais do que revelar invisibilidades, mazelas e complexidades sociais nunca antes manifestadas, a pandemia do SARS-Co V-2 trouxe à tona a imensa fragilidade daquilo que chamamos de civilização. Não obstante, os desdobramentos arrasadores provocados pelo avanço da doença esgarçaram as estruturas vivenciais, às quais estávamos historicamente atados, e revelaram, de forma concreta, as inexoráveis relações de interdependência que regem o tecido social, indo de encontro com a atitude egoística e individualista que tem despontado mais e mais na sociedade contemporânea.
A nosso juízo, de um lado, a pandemia criou as condições objetivas para acentuar a desigualdade social e, do outro, criou as condições para o avanço do capitalismo predatório. A cada dia, pode-se observar que os ricos estão mais ricos e que a elite política concentra cada vez mais o poder em suas mãos, desconstruindo a política de direitos humanos e o próprio tecido social do campo democrático.
Numa leitura dialética da pandemia, observamos como a classe dominante e os detentores do poder se utilizam da situação para benefícios próprios. No Brasil, as políticas de perspectiva genocida e de exploração desvelaram como certos grupos se apropriaram dos recursos públicos destinados aos pobres. Os jornais, publicações e compartilhamentos nas redes sociais desse período são ricos de exemplos nos campos da saúde, da educação e da assistência.
Circa l’autore
ORGANIZADORES:
AGNALDO APARECIDO GEREMIAS
Doutorando em Educação pela Universidade Mackenzie, Mestre em Educação pela Universidade Nove de Julho (UNINOVE), graduado em Pedagogia pela Universidade Luterana do Brasil e pós-graduado em Gestão de Políticas Públicas Integradas para Infância e Adolescência pela Universidade Metodista de São Paulo, São Bernardo do Campo. É membro do pool de professores formadores da Assistência Social da Paulus desde o ano de 2016. Atualmente, exerce o cargo de coordenador dos cursos de História, Geografia e Artes do Centro Universitário UNIBTA. Tem experiência nas áreas de Educação, Assistência Social, Arte-educação e Educação Social, com ênfase em gestão, execução de medidas socioeducativas em meio aberto, acolhimento institucional e desenvolvimento social.
GABRIEL RENAN NEVES BARROS
Professor EBTT de Geografia do Instituto Federal do Pará, possui licenciatura em Geografia (2011), especialização em metodologia do Ensino de Geografia, mestrado e doutorado em Educação, Arte e História pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. No IFPA, atua com as disciplinas de Geografia I, II, III, IV e V para o Ensino Médio Integrado e com as disciplinas Planejamento Ambiental Urbano e Rural e Educação do Campo. Na pós-graduação lato sensu em Docência em Educação Ambiental atua com a disciplina: A inserção curricular da Educação Ambiental. Coordena o projeto de extensão: A interdisciplinaridade do lugar: O Estudo do Meio como proposta metodológica a ser utilizada por educadores do Ensino Fundamental II e Médio do município de Óbidos (PA).
JOÃO CLEMENTE DE SOUZA NETO
Graduado em Ciências Sociais pela Faculdade Nossa Senhora Medianeira (1987), Mestre (1992) e Doutor (1997) em Ciências Sociais, e pós-doutor (2005) em Sociologia Clínica, pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). É professor adjunto, pesquisador e orientador no Programa de Pós-Graduação em Educação, Arte e História da Cultura e no curso de Graduação em Pedagogia da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Membro do Centro de Investigação em Sociologia Económica e das Organizações (Socius – Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade Técnica de Lisboa), do Grupo de Pedagogia Social da USP e líder do Grupo de Pedagogia Social da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM)
LEANDRO ALVES LOPES
Doutorando do Programa de Educação, Arte e História da Cultural da Universidade Presbiteriana Mackenzie e Mestre (2020) pelo mesmo programa. Orientador Pedagógico Pastoral do Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto.