A obra ‘A moradora de Wildfell Hall’ (The tenant of Wildfell Hall) foi escrita pela caçula das irmãs Brontë em 1848 pouco antes de sua morte. A importância do romance vai além das barreiras da literatura, pois a obra levanta a questão do papel da mulher em plena Inglaterra da Era Vitoriana. a jovem Helen Graham, a personagem principal do romance, apaixona-se por Arthur Huntingdon, vai contra a opinião de sua família e sofre as consequências de um casamento com um homem desregrado e infiel. Mesmo apoiada fervorosamente na religião, com o desejo de superar e corrigir os maus hábitos do marido, Helen não obtém êxito na tentativa de livrá-lo do álcool e do ritmo alucinado que leva sua vida. Com a ajuda de Frederick, irmão de Helen, uma fuga é arquitetada e Arthur abandonado. A protagonista consegue se estabelecer sob o anonimato em outra cidade, onde conhece alguém que poderá recompensar todo sofrimento e reconhecer a luta pelo destino.
Circa l’autore
Anne Bronte (1820-1849), escritora inglesa e a mais jovem das famosas Irmãs Brontë, nasceu em 17 de janeiro de 1820 em Bradford, Yorkshire County, Inglaterra. Ela foi a filha caçula dos cinco filhos de Maria Branwell (1783-1821) e do reverendo Patrick Brontë (1777-1861), tendo como irmãos: Maria (1814-1825), Elizabeth (1815-1825), Charlotte (1816-1855), Patrick Branwell ‘Branwell’ (1817-1848), e Emily (1818-1849). Em 1847, Anne publica seu primeiro romance – Agnes Grey – também sob o pseudônimo de Acton Bell, recebendo algumas críticas favoráveis sobre a produção. Seu segundo romance – A Moradora de Wildfell Hall – a levou a ter grandes esperanças de iniciar uma carreira promissora, mas infelizmente a morte de seu irmão Patrick, em setembro de 1848 e de Emily, em dezembro do mesmo ano, obscureceu seu ânimo. Com muitos paralelos encontrados na própria vida de Anne, A Moradora de Wildfell Hall é por muitos considerado chocante e sombrio, ao mesmo tempo em que é encarado como uma história de coragem e esperança moral. Examinando os valores e as virtudes da era Vitoriana, a jovem Helen Graham, a personagem principal do romance, lança-se em busca de uma vida melhor, em companhia de seu filho Arthur, abandonando um marido violento. Esse romance recebeu toda sorte de críticas favoráveis ou não, em virtude do conteúdo de sua trama e da estrutura complexa, sendo encarado como um dos primeiros exemplares do movimento feminista.