Na juventude, vivemos mudanças físicas e emocionais que, muitas vezes, enchem nosso coração de aflições. É assim nos quatro cantos do planeta. Nas aldeias indígenas brasileiras, é costume que os curumins, garotos prestes a entrar na fase adulta, sejam introduzidos à ‘casa dos homens’ por um rito de passagem que inaugura essa nova fase. Nessa época da vida, os jovens que vivem nas aldeias passam pelas mesmas aflições que qualquer jovem da cidade. Perguntam-se sobre que futuro os aguarda e o que a liberdade lhes reserva. O pajé e os velhos dizem-lhes que é preciso continuar acreditando na Tradição, em seus valores e na sua cultura. Mas, mesmo assim, eles vivem aqueles conflitos que angustiam as pessoas quando precisam optar entre dois ou mais amores na vida: Tradição ou modernidade? Pais ou amigos? Crescer ou permanecer criança? Qual a sua resposta? O que você diria a um jovem indígena que vive angústias semelhantes às suas?
Circa l’autore
Daniel Munduruku
Daniel é índio da nação Munduruku. Formado em Filosofia, é mestrando em Antropologia Social na Universidade de São Paulo. Foi professor da rede estadual e particular de ensino e atuou como educador social de rua pela Pastoral do Menor de São Paulo. Esteve na Europa diversas vezes como convidado em conferências sobre a cultura indígena e ministrando oficinas culturais. É professor da Fundação Peirópolis e autor de Meu avô Apolinário, Coisas de Índio, Histórias de Índio e O Banquete dos Deuses, entre outros. Coordena na Editora Fundação Peirópolis a Coleção Memórias Ancestrais, série de livros infantis que resgata mitos e lendas das diversas nações indígenas brasileiras.