Celebrado por obras que abordam as relações familiares, Francisco Azevedo, autor de O arroz de Palma, apresenta uma história incomum sobre duas pessoas comuns, narrada por ninguém mais, ninguém menos do que o próprio Brasil.
Quando se encontram pela primeira vez, a adolescente Inaiê e o menino Caíque seguem a voz desse Brasil, um narrador incrivelmente sábio, amoroso e consciente da própria história. Inaiê mistura em seu sangue três raças, tem uma voz inconfundível e canta na rua em troca de dinheiro; Caíque perambula sem destino, à espera de uma oportunidade qualquer — um bico, uma comida, um trocado, um carinho —, mas é guiado por um Algo Maior que lhe dá carisma e estrela, que nem as enchentes, a falta dos pais e da escola podem apagar. Os dois se cruzam num largo movimentado no centro de uma cidade grande. Por todo lado, pessoas passando sem se olharem. Mas eles estão predestinados a uma conexão muito maior do que pode parecer à primeira vista.
Circa l’autore
Romancista, dramaturgo, roteirista, poeta e ex-diplomata, Francisco Azevedo começou a se dedicar à literatura em 1967, quando venceu o concurso promovido pela OEA (Organização dos Estados Americanos). Seu primeiro romance, o best-seller O arroz de Palma, finalista do Prêmio São Paulo de Literatura, já conquistou milhares de leitores no Brasil e mundo afora, traduzido para treze idiomas. Francisco é autor também de Doce Gabito, Os novos moradores, A roupa do corpo e Eu sou eles. Seu texto elegante e, ao mesmo tempo, lírico, apaixonado, sempre atento ao que há de mais profundo e misterioso nas relações humanas, fez frases e trechos inteiros de seus livros viralizarem nas redes sociais.