Neste livro, o psicanalista Gilson Iannini parte de uma pergunta aparentemente banal: o que significa ler Freud hoje, em pleno século XXI? Diante das novas formas de subjetividade, de novos usos dos corpos, de novas formas de sofrimento e de novas tecnologias, a psicanálise não seria uma obsoleta peça de museu? Estaria a psicanálise à altura das exigências da contemporaneidade?
O autor se fundamenta em experiências concretas para propor uma definição minimalista de psicanálise, condizente com o século XXI, mas sem ceder a modismos. Aborda temas sensíveis, como sexo, raça e classe; desloca lugares comuns do ensino de psicanálise, e também de sua crítica; ajuda a desmontar falsas dicotomias, como a que separa natureza e cultura. Mostra que a meta de uma análise nunca foi a de devolver ao sujeito as capacidades de ‘amar e trabalhar’, mas de curtir/fruir/gozar e produzir/realizar.
De sonhos à inteligência artificial, o livro oferece ao leitor um panorama inovador da psicanálise e de sua interface com os saberes contemporâneos.
‘Infamiliar, nômade, errante, a psicanálise nasce a cada vez que um ser falante se entrega ao convite de falar livremente e encontra um psicanalista disposto a ouvi-lo nessa escuta tênue, que não é atenta nem dispersa, mas flutuante. Ela nasce quando um analista consegue devolver alguma cor e magia à empalidecida palavra. E ela nasce sempre disposta a morrer.’
Circa l’autore
Gilson Iannini – Psicanalista, membro da Escola Brasileira de Psicanálise e da Associação Mundial de Psicanálise. É professor do Departamento de Psicologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Entre 1999 e 2017, foi professor do Departamento de Filosofia da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). É doutor em Filosofia pela Universidade de São Paulo (USP), mestre em filosofia pela UFMG e em psicanálise pela Universidade Paris VIII. Como editor, já publicou mais de 90 livros, nas coleções Filô, Obras incompletas de Sigmund Freud e Psicanálise no século XXI, todas da Autêntica editora. É autor de Estilo e verdade em Jacques Laca (Autêntica, 2012) e coautor, junto com Christian Dunker, de Ciência pouca é bobagem: por que psicanálise não é pseudociência (Ubu, 2023).