Com a publicação de A chegada da escrita , o público leitor brasileiro tem acesso a mais uma obra fundamental de Hélène Cixous, autora franco-argelina com vasta e importante produção – entre ensaios, teatro e ficção –, e nome incontornável da literatura mundial contemporânea.
Este livro, lançado originalmente em 1976, um ano depois de seu trabalho mais conhecido, O riso da Medusa , reúne oito textos em que o tema da escrita das mulheres é mais uma vez o mote para pensar os caminhos da produção literária, fazendo dialogar diferentes tempos, personagens e gêneros – como o ensaio, o registro autobiográfico, cenas literárias e teatrais –, e criando um engenhoso jogo de sentidos no cruzamento da literatura e da psicanálise.
‘A escrita é boa: é o que não tem fim.’
Circa l’autore
Hélène Cixous nasceu em 1937 em Orã, na Argélia. A autora saiu da Argélia em 1955 e iniciou seus estudos na França, obtendo a Agrégation (um dos concursos mais importantes no setor da educação francesa) em inglês em 1959 e defendendo, quase uma década depois, sua tese de doutorado sobre James Joyce. Cixous começou a publicar em 1967 e não parou: contam-se hoje quase cinquenta obras de ficção, mais de trinta ensaios e quatorze peças de teatro, pelas quais recebeu diversos prêmios, como o Prêmio Médicis em 1969 e o Prêmio Marguerite Duras em 2014. Ficou conhecida no Brasil por ter sido uma das grandes promotoras da obra de Clarice Lispector na França. O riso da Medusa é, provavelmente, o texto mais célebre de Hélène Cixous. Escrito em 1975, foi quase imeadiatamente traduzido para o inglês e dez outras líguas, tornando-se um clássico na história dos feminismos ocidentais e estudos de gênero.