Nesta trama, somos convidados a conhecer a decrépita e suntuosa mansão Bly, cenário desta envolvente história narrada pela governanta, contratada para supervisionar a pequena Flora e seu irmão mais velho Miles. Ambos os órfãos, amáveis e encantadores, deixados sob os cuidados do tio, ganham a proteção da nova preceptora.
É nesta remota casa de campo que a governanta passa a perceber aparições de um casal ao redor da propriedade. Logo, se vê envolvida em uma atmosfera sinistra e perturbadora que vai se prolongando na medida em que ela convive com os demais serviçais, passa a entender os segredos que rondam a propriedade e observa o comportamento das crianças.
Atraído por histórias de fantasmas, Henry James deu um passo certeiro para a consolidação da literatura gótica, ou do terror psicológico, como alguns críticos preferem classificar esta obra que, até hoje, levanta discussões por conta das possibilidades de interpretação – talvez por isso ‘A volta do parafuso’ tenha recebido tantas adaptações para cinema e TV. Página a página, nos aprofundamos numa narrativa em que é difícil discernir entre realidade e ficção. E loucura.
Circa l’autore
HENRY JAMES (1843-1916) nasceu em Nova York, mas naturalizou-se em Londres. Cresceu
em um ambiente erudito; seu pai, filósofo e teólogo, buscou proporcionar a ele uma educação intelectual. É considerado uma das principais figuras do romance realista inglês, deixando um legado importantíssimo para a literatura.
Escreveu contos, novelas, romances, peças de teatro e críticas literárias; chegou
a frequentar o círculo de Gustave Flaubert, Guy de Maupassant e Émile Zola quando morou por um período em Paris. Por conta de sua produção literária prolífica, recebeu, pouco antes de morrer, a Ordem do Mérito britânica.