Uma história mágica, que demonstra que a vida sem magia fica sem graça. Mas, poderia ser também uma brincadeira. Um faz de conta que existe um palácio que somente aparece para quem possui algo precioso, oculto — ou talvez esquecido — dentro de si.
Por isso, assim, do nada e de repente, num logradouro público de uma gigantesca metrópole, surge um palácio japonês. Poucos escolhidos o veem. Em O palácio japonês, José Mauro de Vasconcelos resgata a criança de Pedro de sua adulta realidade. Nesta fábula, um adulto ganha de volta a capacidade de criar mundos (que as crianças dominam). De sair para a eternidade de mãos dadas com o menino que lhe devolvera a capacidade de amar a vida.
Nova edição com suplemento de leitura de Luiz Antonio Aguiar.
Circa l’autore
José Mauro de Vasconcelos nasceu em 26 de fevereiro de 1920, em Bangu, no Rio de Janeiro. Foi um dos onze filhos de uma família muito pobre. Passou a infância com uns tios em Natal, aprendeu a ler sozinho e com nove anos já ganhava campeonatos de natação e futebol. Por conta do seu espírito irrequieto, tentou fazer vários cursos: dois anos de Medicina, principiou Desenho, Direito e Filosofia. Teve uma vida muito intensa — trabalhou como pescador, professor, modelo, bailarino, garçom e ator de cinema, teatro e televisão. Viajou pela Europa e por todo o Brasil, acompanhando os irmãos Villas-Bôas. Suas inúmeras experiências e a prodigiosa capacidade de contar histórias deram a Zé Mauro muitas de suas personagens e muitos dos cenários de suas obras. Ele dizia que ‘a literatura é a arte mais difícil, porque a palavra tem que dar ao todo as cores e as nuanças da pintura, o som e a harmonia da música, o movimento. Escrever é a maneira que encontrei para transmitir minhas vivências, o bem e o mal, e um sentimento que anda muito esquecido: a ternura. E a vida sem ternura não vale nada’. O escritor morreu em São Paulo, em 24 de julho de 1984.