A BIOGRAFIA DE UM DOS ARTISTAS MAIS IMPORTANTES DA MÚSICA BRASILEIRA
Chico Science, ou Francisco de Assis França, nasceu e morreu em um dia de domingo. Veio ao mundo em 13 de março de 1966, no Hospital Evangélico, no bairro da Torre, em Recife. Atrás do hospital está o rio Capibaribe, chamado de ‘o cão sem plumas’ pelo poeta João Cabral de Melo Neto, onde se chega à outra margem mais rápido por barco e onde há áreas de mangue próximas. Rios, pontes, ainda sem overdrives, mas de muitos manguezais. Chico também morreu num dia de domingo, 2 de fevereiro de 1997, um mês antes de completar 31 anos, em um trágico acidente de carro. Gravou apenas dois discos, que levaram o mangue para o mundo e revolucionaram a história da música brasileira para sempre.
Pela primeira vez, uma biografia resgata a história do artista por meio de depoimentos, pesquisas em jornais e testemunhos inéditos do próprio autor, em uma narrativa das melhores vozes da cultura pernambucana. O jornalista paraibano José Teles conviveu com Chico Science, como também testemunhou os bastidores de suas criações mais importantes. Em Criança de Domingo, Teles se embrenha no mangue, para revirar a memória de dezenas de amigos, parentes, colegas de trabalho, trazendo à luz a semente do manguebeat, sua geração cheia de gigabytes de informação e criatividade, carregada de lama e caos.
‘Se meu corpo tem alma, minha alma também tem. Por isto existe algo mais além. O sem-fim. O fim que não termina’, reflexão em um dos cadernos do artista no acervo Chico Science, assinado como Chico Vulgo.
Circa l’autore
José Teles nasceu em Campina Grande, na Paraiba, em 1955. Mudou-se para o Recife em 1960. É jornalista, crítico de música e cronista, com dezenas de livros publicados. Colaborou com jornais e revistas como O Pasquim, Caros Amigos, International Magazine, Bizz, General, revista Continente. É autor de vários livros, entre os quais Acordei Esta Manhã Cantando Uma Velha Canção dos Beatles, Do Frevo ao Mangue Beat; O Frevo Rumo à Modernidade; O Frevo: De Borboleta Não é Ave a Passo de Anjo (Bagaço); as biografias Lá Vem os Violados: Quinteto Violado 40 Anos; Cuma É o Nome Dele: Manezinho Araújo; Siri na Lata: 30 Anos de Anarquia, Folia e Negócios, Da Lama ao Caos, entre outros.