Mesmo tendo menor escolaridade e menos dinheiro, os brasileiros das classes populares ajudaram a pagar por sua inclusão digital. Quando os brasileiros de baixa renda começaram a acessar redes sociais, pessoas de alto poder aquisitivo ridicularizaram o conhecimento tecnológico limitado, o gosto diferente e a baixa escolaridade desses usuários mais pobres, mas isso não os intimidou, e eles continuaram a expandir sua presença nos serviços on-line. Jovens criaram perfis para parentes mais velhos, quase analfabetos, e os ensinaram a navegar em plataformas como Facebook e Whats App.
Juliano Spyer procura entender por que brasileiros de baixa renda investiram tanto tempo e dinheiro para incorporar o uso das mídias sociais a seu cotidiano. Explora essa questão por uma variedade de temas, incluindo educação, relacionamentos, trabalho e política e argumenta que o uso das mídias sociais reflete valores e motivações contraditórias. Brasileiros de baixa renda abraçam as mídias sociais para exibir sua crescente escolaridade e mobilidade social, mas a mesma tecnologia também fortalece redes de apoio mútuo tradicionais que rejeitam atitudes individualistas.
Tabella dei contenuti
Prefácio
Introdução à série Why We Post
1 Local de pesquisa: o Brasil emergente
2 Panorama social: escondendo-se em plena luz
3 Postagens visuais: luzes acesas, luzes apagadas
4 Intimidade: redes densas
5 Educação e trabalho: tensões em sala
6 Política: palavras perigosas
7 Conclusão: por que eles amam as mídias sociais?
Circa l’autore
Juliano Spyer é mestre e doutor em antropologia pela University College London (UCL). Publicou, entre outros, Mídias Sociais no Brasil Emergente (Educ / UCL Press 2018) e Conectado (Zahar 2007). Entre abril de 2013 e agosto de 2014 Spyer morou, como pesquisador, em um bairro na periferia de Salvador, onde fez amizade e conviveu diariamente com famílias evangélicas. Este livro é um desdobramento dessa experiência. Para conhecer mais sobre seu trabalho, acesse o site: www.julianospyer.com.br