Sem jamais ter estado no Brasil, Júlio Verne (1828-1905), o pai da ficção científica e de fantasia, escreveu um primoroso romance de aventura e mistério que se passa no rio Amazonas. A família de João Garral, um próspero e digno fazendeiro de Iquitos, no Peru, precisa empreender uma viagem rio abaixo, com o intuito de levar sua filha até Belém do Pará, para se casar. Para tal, é construída uma jangada que é uma verdadeira aldeia flutuante: autossuficiente, reproduz a sociedade da região e da época, com a família branca de origens europeias acompanhada de escravos negros e trabalhadores indígenas. Mas não só festejos e celebrações ocupam a mente do fazendeiro: um segredo do passado o assombra, e pode pôr tudo a perder…
Circa l’autore
Júlio Verne (1828-1905) foi um escritor francês do século XIX, precursor da moderna literatura de ficção científica. Iniciou sua vida literária escrevendo para o teatro, motivo pelo qual perdeu o apoio financeiro do pai, o que o levou a trabalhar como corretor de ações para conseguir se sustentar. Em 1863, começou a publicar num jornal da época o romance ‘Cinco semanas em balão’, que pouco depois reuniu em um volume, logo criando com essa obra um novo gênero literário: o romance geográfico e científico, que fundou rapidamente a sua reputação. A seguir escreveu ‘Viagem ao centro da Terra’ (1864), ‘Da terra à lua’ (1865), ‘Vinte mil léguas submarinas’ (1870), ‘A ilha misteriosa’ (1870), ‘A volta ao mundo em 80 dias’ (1873), entre outras narrações pitorescas de engenhosas invenções a um tempo atraentes e instrutivas, que o tornaram universalmente conhecido.