A notoriedade da autora foi reforçada em 1937, com o lançamento de A Fazenda Africana. Esta obra tem como ponto de partida a vida amorosa infeliz de uma baronesa europeia que se recusa a assumir seu papel dominante no mundo colonial, em uma grande fazenda africana.
‘O grande continente africano despertou na sofisticada aristocrata dinamarquesa a sibila da natureza, capaz de esquecer o dia da semana e a hora do dia, mas que redescobriu o sentimento que a punha em contato direto com coisas como a direção dos ventos, as fases da lua ou a captação dos humores do mundo […] Nunca poderá ser por demais enfatizado o papel que a fazenda africana representou na alma desta nobre europeia, cultivada e dolorosamente presa nas malhas da tradição familiar, para a libertação não só de suas potencialidades criadoras como de sua libertação tout court.’ (Trechos do ensaio A África perdida de Isak Dinesen, de Per Johns)
Circa l’autore
Karen Blixen nasceu em 1885, em Rungsted, Dinamarca, mas sua vida e carreira como escritora foi marcada em 1914, quando foi para a África. Recém-casada com o primo sueco, o barão Bror Blixen-Finecke, mudou-se com ele para uma fazenda de café no Quênia. Pouco depois, divorciada, Karen assumiu a administração da fazenda por mais dez anos, até que a seca e a crise do café a obrigaram voltar para Dinamarca. Ela adotou, então, o pseudônimo Isak Dinesen. Em 1946, para evitar dores abdominais, submeteu-se a uma cirurgia de medula. Em 1955, uma nova cirurgia de uma úlcera removeu um terço de seu estômago. Em 1959, viajou pelos Estados Unidos sendo homenageada e visitada por escritores como E.E. Cummings, Marianne Moore, Pearl S. Buck, Carson Mc Cullers e Arthur Miller. Karen Blixen morreu em 1962.